Foi dentro de casa que Antonia Avelaneda Grande, de 64 anos, morreu afogada, depois que uma forte chuva fez um córrego transbordar. “Eu falei: ‘vamos correr para a casa da minha mãe’. E ela morreu tentando salvar os meus filhos”, conta Rosa Avelaneda Grande, filha da vítima.
O único jeito de mostrar onde o corpo da aposentada foi encontrado é passando pelos vizinhos. Quando a água já havia subido mais de um metro, Dona Antônia não saiu imediatamente. Primeiro, retirou os dois netos. Depois, não teve tempo de se salvar.
As estruturas das duas casas foram abaladas, e elas começaram a desabar. A parede da cozinha de Dona Antônia caiu, e ela ficou presa debaixo da geladeira. Os vizinhos ainda ouviram os gritos de socorro, mas não puderam ajudar. “Tinha muito fio, o telhado caiu em cima também, e a gente não conseguia passar”, revela o vizinho André Luiz Silva.
Desde o início do ano, 13 pessoas já perderam a vida na Grande São Paulo por causa das chuvas. Seis morreram em Mauá, cinco delas no bairro Jardim Zaíra, onde morava Dona Antônia.
Os vizinhos dela passaram a quarta-feira (19) jogando fora móveis e eletrodomésticos estragados pela enchente e com medo da próxima tempestade.
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