Um grupo de estudantes que fez o Enem reclama que teve a redação anulada. Mas o Ministério da Educação afirma que eles cometeram erros no preenchimento da prova.
A estudante Danielly Mendonça, de Brasília, estava de olho no SiSU, o programa que seleciona candidatos à universidade usando a nota do Enem, mas não pode se inscrever, porque teve a redação anulada. “Eu segui todos os procedimentos pedidos pelo edital, mas eu não entendi. Eu só queria uma explicação”, afirma.
O estudante Gabriel Sampaio, do Rio de janeiro, contava com o SiSU para tentar entrar na universidade. “Eu queria ver pelo menos a minha prova, para eles me provarem que eu fiz algum erro ou se foi algum do sistema”, afirma.
Sem a nota da redação, o aluno fica impedido de se inscrever no SiSU. Segundo o Ministério da Educação, mais de 13 mil pessoas tiveram a redação anulada.
O Ministério Público do Ceará, o de Pernambuco e a Defensoria Pública da União entraram com ações na Justiça para que o SiSU seja suspenso e o MEC seja obrigado a permitir aos estudantes apresentar recurso contra as notas. As ações ainda não foram julgadas. Em disputas judiciais anteriores, o ministério conseguiu derrubar liminares e manter o cronograma.
A explicação do MEC para as redações anuladas é que 13.562 candidatos cometeram erro ao preencher o caderno de respostas. Eles não informaram corretamente a cor da prova que fizeram. Nesses casos, o edital determina que a prova não seja corrigida.
Outros 1,2 mil alunos foram eliminados por terem feito redação com menos de sete linhas, fora do tema proposto ou fora do espaço delimitado.
Ainda segundo o MEC, as redações são corrigidas por duas pessoas. Quando há diferenças muito grandes nos resultados, elas são enviadas para um terceiro corretor. O ministério informou também que, este ano, o percentual de alunos eliminados ficou dentro da média dos outros anos, de menos de 1%.
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