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Sexta - 21 de Janeiro de 2011 às 11:52

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Os portões dos pátios de cargas da  multinacional ADM, em Rondonópolis, no Sul de Mato Grosso, foram fechados no final da tarde de quinta-feira por motoristas contratados pela empresa para o transporte de grãos.  Eles reivindicam mais agilidade na carga de descarga dos caminhões e o pagamento das diárias de R$ 0,80/tonelada a partir da 12º hora de espera. A multinacional propõe pagamento de apenas R$ 0,30/tonelada a partir da 24º hora. Hoje a maioria dos motoristas, algo em torno de 200 profissionais, completam nove dias de espera para descarregar os caminhões. No pátio da empresa existem até famílias de trabalhadores com crianças de colo.

O movimento conta com o apoio do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de Mato Grosso (Sindicam), Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Fettremat) e Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres de Rondonópolis e Região (STTRR). Ontem, a noite foi deliberada uma assembléia com a categoria para discussão dos problemas. “Estamos promovendo este manifesto hoje. Mas se a empresa resistir a atender a nossa pauta de reivindicação, nós iremos parar o qualquer transporte de cargas para a ADM”, diz Luis Gonçalves da Costa, presidente do STTRR.

Segundo o presidente do Sindicam/MT, Roberto Pessoa Costa, nesta quarta-feira foram realizadas duas reuniões com os representantes da empresa, mas não houve avanços nas negociações em defesa dos motoristas. “A reposta dos representantes da empresa em Rondonópolis é de que essa decisão sobre as diárias dos motoristas, cabe aos diretores da empresa em São Paulo”, informa.

O sindicalista ressalta que o trabalhador é amparado pela Lei Federal 11.442 de 05 de janeiro de 2007, onde poderá aguardar até 5 horas para carregar ou descarregar. Após este tempo deverá receber adicional de R$ 1/tonelada a cada hora excedente. “Estamos solicitando bem menos do que é previsto em lei, ou seja, o pagamento das diárias de R$ 0,80/tonelada a partir da 12º hora de espera. E mesmo assim eles estão se negando. Chegaram até afirmarem para requerermos nossos  direitos na Justiça, uma vez que, sabem que para sair uma decisão  judicial pode demorar anos”, lamenta.

No pátio da ADM pais de famílias aguardam até mais de uma semana neste começo de ano para descarregar. O motorista Eduardo Domingues e esposa Adriana Ramos com uma criança de dois anos de cincos meses e outra de oito anos, que residem na cidade de Maringá (PR), disseram a reportagem que ontem, completou oito dias de espera para descarregar o caminhão. Também da cidade de Maringá o motorista José Maria Vieira, aguarda mais de uma semana no pátio da ADM.

“Eles  disseram que a demora é devido a problemas nos tombadores de cargas, porém deveriam pelo menos descarregar os caminhões que não precisam de tombadores. Estamos sofrendo com de alimentação saudável e condições de higiene neste pátio” - reclama José Maria.






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