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Economia
Segunda - 24 de Janeiro de 2011 às 13:54

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A produção global de alimentos deve ser aumentada em cerca de 40% nas próximas duas décadas para evitar o aumento da fome global, indica um estudo britânico divulgado nesta segunda-feira.

O levantamento Foresight Report on Food and Farming Futures, encomendado pelo governo do Reino Unido, levou dois anos para ser finalizado e envolveu 400 especialistas de 35 países.

"Sabemos que nas próximas duas décadas a população chegará a cerca de 8,3 bilhões de pessoas", disse John Beddington, um dos cientistas responsáveis pelo estudo.

"Temos 20 anos para produzir cerca de 40% a mais de comida, 30% a mais de água potável e 50% a mais de energia", completou.

Beddinton afirma que uma das dificuldades de se mudar o sistema atual é que "ele funciona para a maioria das pessoas, mas os que estão em risco têm menos influência nas tomadas de decisões".

Recomendações

O estudo enfatiza a necessidade de mudanças na agricultura para que o aumento na produção não comprometa a sustentabilidade.

Os pesquisadores dizem que não há “solução única” para o problema e que sua resolução deve ser o resultado do esforço conjunto em várias frentes, combinando o aumento da produção sustentável, de alimentos e energética, com as preocupações com mudanças climáticas.

Para isto, os cientistas recomendam não descartar uso de tecnologias como modificações genéticas, clonagem e nanotecnologia.

O relatório britânico também recomenda mecanismos para que governos e produtores de alimentos prestem contas a respeito de seus progressos na redução da fome, no combate às mudanças climáticas, na degradação ambiental e no aumento da produção alimentícia.

Brasil

O relatório elogia as políticas sociais adotadas pelo Brasil nos últimos anos.

"A experiência brasileira dos últimos dez anos mostra que, se há vontade política, a pobreza e a fome podem ser diminuídas substancialmente", afirma o texto.

O estudo cita dados que estimam que, se as políticas sociais não tivessem sido implementadas, a taxa de pobreza brasileira teria sido de 13% em vez de 8% durante o biênio 2004/5.

As políticas, de acordo com o estudo, seriam resultado da combinação de "lideranças fortes de dois presidentes sucessivos e uma forte sociedade civil".






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