Chávez quer eliminar imprensa livre, apontam documentos
"Chávez continua reduzindo a capacidade dos meios de comunicação privados de servir como contrapeso democrático", afirma um telegrama emitido em fevereiro de 2010 pela embaixada americana em Caracas e publicado pelo jornal espanhol "El País".
"Com os diretores da Globovisión suavizando seu tom e contando os dias que lhe restam e as aparentemente terríveis condições econômicas dos meios de comunicação impressos, Chávez está perto de sua meta de domesticar ou eliminar os meios independentes que restam na Venezuela", continua o texto, escrito pelo então embaixador Patrick Duddy.
Segundo a correspondência diplomática, Duddy realizou encontros com diretores do canal privado Globovisión, que foi ameaçado de ser fechado em diversas ocasiões pelo governo e tem vários procedimentos administrativos abertos.
Também se reuniu com autoridades do jornal "El Nacional", muito crítico ao governismo.
Os representantes da Globovisión confessaram ao embaixador que precisaram se despedir de seu diretor, Alberto Ravell, perante as ameaças que receberam por parte de "funcionários de alto escalão do governo" de fechar o canal ou atacar outros negócios dos donos da rede de televisão.
Atualmente, dois dos sócios majoritários da Globovisión, Guillermo Zuloaga e Nelson Mezerhane, são requeridos pela Justiça e fugiram aos Estados Unidos, alegando perseguição política.
Por sua vez, funcionários do "El Nacional" disseram a Duddy que sem "uma substancial ajuda financeira", o jornal poderia quebrar em breve.
Os diretores do jornal, que inclusive perguntaram ao embaixador se os Estados Unidos poderiam ajudá-los economicamente, explicaram que a imprensa venezuelana sofreu uma "forte perda de anunciantes já que as companhias foram nacionalizadas ou são ameaçadas pelo governo".
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