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Sábado - 04 de Janeiro de 2014 às 21:00

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 Com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP) vai realizar o primeiro estudo para analisar os impactos causados pelo turismo na região do Pantanal. O trabalho é denominado “Ciência e Sociedade no Pantanal: Integrando conhecimento para a sustentabilidade socioambiental”. 
 
O objetivo é traçar propostas para contribuir com o governo na elaboração de políticas públicas para exploração do turismo. Os trabalhos serão realizados no município de Poconé (104 km ao sul de Cuiabá). 
 
O coordenador do Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP), Paulo Teixeira de Sousa Junior explica que a meta inicial era concluir o trabalho antes da Copa do Mundo, porém os recursos para projeto foram disponibilizados somente no último trimestre de 2013.
 
A intenção era detalhar os impactos que seriam gerados com o aumento de turistas na região durante o evento futebolístico, já que atualmente não há qualquer trabalho que retrate tal situação. Porém, ressalta o professor Paulo Teixeira, mesmo o estudo não sendo concluído antes do Mundial, ainda se faz necessário, já que não há levantamento sobre esta questão na região. Trata-se de um trabalho inédito.
 
Primeiramente será lançado edital para a realização do estudo. Os pesquisadores interessados devem apresentar projetos que estejam ligados ao tema. A partir daí, um comitê de assessores analisará as melhores propostas e metodologias a serem desenvolvidas nos próximos anos, e então seleciona os projetos que farão parte do estudo. "O Pantanal é razoavelmente preservado. Não existem políticas públicas voltadas à sustentabilidade"
 
A expectativa é que já no segundo semestre deste ano, os pesquisadores estejam em campo para iniciar as pesquisas.
 
O professor Paulo Teixeira ressalta que o Pantanal, é atualmente um “ecossistema frágil”, devido às interferências que a região já sofreu durante os anos. “O Pantanal é razoavelmente preservado. Não existem políticas públicas voltadas à sustentabilidade”, afirma.
 
Paulo Teixeira aponta ações que poderiam ter sido evitadas e que causaram danos ao bioma, como a instalação de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), a presença da pecuária sem a realização da cultura de manejo local, e ainda a pesca indiscriminada. 
 
“Não podemos tratar estes como sendo os principais problemas registrados no Pantanal, mas já é possível notar que são ações que de certa forma influenciaram o bioma”, destaca o coordenador do Centro de Pesquisa do Pantanal.
 
Maior área úmida
 
Considerada a maior área úmida continental do planeta, o Pantanal ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e se estende pela Bolívia e Paraguai. A região concentra mais de 4,7 mil espécies, incluindo plantas e animais. Desse total, 3,5 mil são espécies de plantas (árvores e vegetações aquáticas e terrestres), mais de 320 variedades de peixes, cerca de 50 anfíbios, 100 répteis, mais de 650 aves e aproximadamente 160 mamíferos.
 
Devido a sua importância ambiental, o bioma foi decretado Patrimônio Nacional, pela Constituição de 1988, e Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera, pelas Nações Unidas, no ano 2000. Mas, a degradação ambiental vem sendo progressiva e muitos prejuízos já foram causados ao bioma. O turismo, explorado sem controle, é uma das causas apontadas como responsáveis por essa degradação.




Fonte: Poconet

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