O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, não vai falar sobre Cesare Battisti no encontro que terá nesta quarta-feira, em Bruxelas, com a alta representante da União Europeia para Assuntos Estrangeiros e Política de Segurança, Catherine Ashton. Segundo a porta-voz de Ashton, Maja Kocijancic, o tema "não está na agenda" da reunião.
No último dia 20, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução apresentada por políticos italianos que pede para o Brasil rever sua decisão de não extraditar Battisti. O texto, que recebeu 86 votos a favor, um contra e duas abstenções, também solicita a intervenção "política" da União Europeia. As informações são da Agência Ansa.
"Sempre respeitamos as posições do Parlamento Europeu, mas, por ora, a nossa avaliação continua a de que se trata de uma questão bilateral entre os dois países", disse Maja Kocijancic. Ela também afirmou que Ashton não conversou sobre Battisti com o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, durante um evento no último sábado. "Pelo meu conhecimento, a questão não foi levantada", disse.
Cesare Battisti é um ex-ativista do grupo de extrema-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) que foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970. Preso no Brasil em 2007, dois anos depois recebeu o status de refugiado político do ex-ministro da Justiça Tarso Genro.
O caso foi julgado em 2009 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que aprovou a extradição, mas decidiu que a resposta final caberia ao presidente. Portanto, em seu último dia de mandato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu manter o italiano no Brasil, aceitando um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU).
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