Equipes de resgate informaram que mais de 80 morreram. Barco com cerca de 500 a bordo virou perto da ilha de Lampedusa.
Naufrágio mata 82 imigrantes na costa da Itália
Sobreviventes de naufrágio na costa de Lampedusa são resgatados (Foto: Nino Randazzo/ASP press office/Reuters)
Dezenas de imigrantes ilegais morreram nesta quinta-feira (3) após o naufrágio da embarcação em que viajavam, em sua tentativa de chegar à ilha de Lampedusa, no sul da Itália.
Segundo as a agência France Presse, 92 pessoas morreram. A EFE fala em 93 mortos, a Associated Presse em 78 mortos e a Reuters 82.
Ainda estão em curso os trabalhos de retirada das vítimas, explicou a prefeita da ilha italiana, Giusi Nicolini.
No Twitter, o Papa Francisco pediu orações pelas vítimas da tragédia. "Rezemos pelas vítimas do trágico naufrágio na costa de Lampedusa", disse o pontífice.
Imigrantes morrem em naufrágio na Itália (Foto: AFP)
De acordo com a primeira reconstituição dos fatos, a embarcação virou em frente a "Isola dei Conigli", uma ilhota que pertence a Lampedusa, e tinha a bordo cerca de 500 imigrantes, inclusive mulheres e crianças.
As vítimas explicaram que são da Eritréia e da Somália e que zarparam do litoral da Líbia.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para Imigrantes disseram que as vítimas podem ser da Eritréia e confirmou que elas teriam saído da Líbia.
O chefe da Acnur, António Guterres, expressou sua consternação diante da tragédia. "Felicito pela rápida ação tomada à guarda litorânea italiana para salvar vidas. Ao mesmo tempo, estou consternado pelo fenômeno mundial crescente de emigrantes e pessoas que fogem de conflitos ou perseguições e que morrem no mar", declarou Guterres em comunicado.
A Acnur expressou seu compromisso de colaborar com os países da região para dar assistência a estas pessoas que "arriscam suas vidas em viagens tão perigosas".
O comissário extraordinário da Agência de Saúde de Palermo, Antonio Candela, que coordena as operações de assistência aos imigrantes resgatados, explicou que 120 pessoas já estão em terra firme, entre elas 30 crianças, algumas com poucos meses, e duas mulheres grávidas.
Participam das operações de resgate a Guarda Litorânea italiana e a Guardia di Finanza, a polícia de fronteiras do país.
A prefeita da ilha, Giusi Nicolini, confirmou que entre os mortos estão duas crianças pequenas e uma mulher grávida, e informou que o número de vítimas deve ser maior "pois o mar está cheio de corpos".
Giusi também informou à imprensa italiana que, entre os sobreviventes, as forças da ordem prenderam uma pessoa. Acredita-se que ele seja o traficante responsável pelo transporte ilegal.
Corpos das vítimas de naufrágio são vistos na costa de Lampedusa nesta quinta-feira (3) (Foto: Nino Randazzo/AP)
"Trata-se de uma tragédia imensa", acrescentou Giusi, que explicou que os sobreviventes relataram que estavam há várias horas em alto-mar e que não conseguiram pedir ajuda, por isso decidiram acender uma chama para serem localizados.
A embarcação pegou fogo logo depois e muitos imigrantes tiveram que se lançar ao mar e, por fim, o barco virou, acrescentou a prefeita.
"É um horror. Não param de chegar barcos cheios de corpos. Os meios de comunicação têm que vir aqui para ver isso. É impressionante", acrescentou a prefeita entre lágrimas enquanto falava por telefone com algumas emissoras de televisão.
O responsável da Agência de Saúde de Palermo, Antonio Candela, que coordena as operações de assistência aos imigrantes resgatados, informou que foram recuperadas 150 pessoas, entre elas dezenas de crianças, algumas com poucos meses de idade, e mulheres grávidas.
Candela explicou que as condições dos sobreviventes eram boas e que, apesar de alguns terem apresentado sintomas de hipotermia, ninguém precisou ser hospitalizado.
Participam das operações de resgate a Guarda Litorânea italiana e a Guardia di Finanza, a polícia de fronteiras do país, além de barcos pesqueiros e embarcações particulares.
Outros casos
Uma embarcação com 463 imigrantes ilegais chegou à ilha durante a última noite. Os imigrantes foram transferidos para um abrigo em Lampedusa, que ontem já tinha atingido sua capacidade máxima de 700 pessoas.
Trata-se de uma nova tragédia envolvendo a imigração nas últimas semanas, depois que 13 imigrantes ilegais morreram no dia 30 de setembro após terem sido obrigados pelos traficantes a saltar da embarcação na qual viajavam, mesmo sem saber nadar e com o mar agitado.
O grupo de 200 imigrantes foi obrigado a se jogar ao mar, a poucos metros da praia do Pisciotto na cidade de Scicli, na província de Ragusa, na Sicília.
No dia 10 de agosto, outros seis imigrantes ilegais, entre eles um menor, morreram ao tentar alcançar o litoral Sicília a nado, depois que o barco pesqueiro, no qual viajavam junto com vários imigrantes da Síria e do Egito, encalhou.
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