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Internacional
Quinta - 27 de Janeiro de 2011 às 15:08

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O Governo argentino não se manifestou sobre o fato de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não ter incluído a Argentina em sua próxima viagem, uma exclusão que para a oposição representa um "mau sinal".

Obama viajará em março a Brasil, Chile e El Salvador "para forjar novas alianças para o progresso na América", segundo um texto divulgado na terça-feira passada pela Casa Branca.

"Será difícil para os Estados Unidos explicar por que Obama voará pelo céu argentino para ir do Brasil ao Chile e não fará escala no país. Não acho que seja um bom sinal", afirmou uma fonte do Ministério das Relações Exteriores citada nesta quinta-feira pelo jornal "La Nación".

No entanto, os porta-vozes desse ministério, da Presidência e da legenda majoritária no Parlamento consultados pela Agência Efe evitaram falar sobre o assunto.

Para o deputado da União Cívica Radical (UCR) Ricardo Gil Lavedra, "a exclusão é uma demonstração do lugar que a Argentina ocupa dentro da região".

"Obama claramente elegeu os países com maiores possibilidades de desenvolvimento e crescimento, as democracias constitucionais que funcionam melhor", declarou o legislador ao jornal "El Cronista".

Por sua vez, o deputado do peronismo dissidente Francisco de Narváez disse que a decisão dos EUA "é uma forma de enviar uma mensagem à região".

"Para a política externa de Obama, o jogador global da região é o Brasil e com a Argentina, por outro lado, tem uma relação de segunda ordem", disse o especialista em política da Universidade de Buenos Aires Jorge Mayer.

A agência de notícias estatal "Télam" publicou as declarações de uma fonte da Casa Branca, que esclareceu que "por respeito a vários processos eleitorais em 2011 no continente americano, o presidente (Obama) não visitará nenhum país na região que terá eleições presidenciais este ano", como é o caso da Argentina, onde serão realizadas em outubro.

Os EUA "mantêm uma forte relação com a Argentina através de uma ampla variedade de assuntos bilaterais, hemisféricos e globais", disse à agência oficial argentina o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, Michael Hammer.

A relação entre os dois países "ofereceu e continuará oferecendo contatos de alto nível como a reunião do presidente Obama com a presidente (Cristina) Fernández de Kirchner em abril de 2010, e suas interações regulares no G20 (Grupo dos Vinte, que reúne os países ricos e os principais emergentes)", acrescentou Hammer.

Obama "acredita que é importante ir à América do Sul e Central e fortalecer", como foi feito na Ásia e na Europa, os "laços com essa região", declarou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.

Trata-se da primeira visita oficial de Obama à América do Sul e da terceira à América Latina.

Em 10 de janeiro, o secretário de Estado adjunto dos EUA para a América Latina, Arturo Valenzuela, realizou uma visita oficial à Argentina, após a realizada em dezembro de 2009, quando em um encontro com a imprensa expressou as dúvidas das empresas americanas sobre a gestão da economia argentina, o que provocou uma irada reação do Governo.

Além disso, a visita de Valenzuela aconteceu depois do escândalo suscitado pela divulgação de documentos diplomáticos através do site WikiLeaks, que motivou um pedido de desculpas por parte do Governo americano à Argentina.

No início de seu Governo, Cristina manteve uma polêmica com os EUA quando um procurador de Miami divulgou gravações que afirmavam que cerca de US$ 800 mil apreendidos do venezuelano Guido Antonini Wilson em Buenos Aires em 2007 seriam destinados à campanha eleitoral da governante.






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