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Política
Quinta - 27 de Janeiro de 2011 às 22:24
Por: MarcosCoutinho/ViníciusTavares

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Uma suposta fraude nas medições das obras do Rodoanel de Cuiabá, denunciada com exclusividade pelo Olhar Direto, na terça-feira (25), continua causando controvérsias nos bastidores da Prefeitura de Cuiabá, da Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), do setor da construção civil e até mesmo na cúpula da autarquia federal.

Numa atitude considerada desesperada e não menos polêmica, o empresário Luiz Carlos Félix, o Caxito, dono da Conspvi, decidiu denunciar o diretor geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, e o superintendente da autarquia em Mato Grosso, Nilton de Brito, de "tramarem" contra sua empresa. Segundo o dono da Conspavi, empresa que está em recuperação judicial, Pagot e Brito querem tirá-lo da obra.

Já Pagot, em nota enviada ao Olhar, deixou claro que vai processar o empresário. "São afirmações inverídicas de um empreiteiro sem credibilidade, que terá que responder nos tribunais por suas declarações. O Dnit não medirá esforços para apurar a responsabilidade pelos mal feitos, doa a quem doer", é a íntegra da nota. Brito também afirmou que vai acionar Caxito na Justiça.

Nos bastidores do setor reina, ao mesmo tempo, uma espécie de silêncio e uma expectativa quanto aos desdobramentos do episódio. Caxito afirmou ao site Mídia News que Pagot teria feito, há dois anos, um pedido financeiro para socorrer o irmão no valor de R$ 600 mil.

O setor estranha a "reação tardia" de Caxito porque o "empresário só fez agora  denúncia, justamente quando ficou constatado um suposto desvio de R$ 8 milhões da obra do Rodoanel. As medições foram feitas por servidores da própria Prefeitura e uma suposta consultoria teria comprovado as fraudes. 

Caxito sustenta tese que os servidores da Prefeitura foram induzidos a erro e garante que suas medições estão corretas, muito embora a checagem aponta falhas e irregularidades. Em sua opinião, faltou competência e capacidade técnica da Prefeitura de Cuiabá na realização da medição.

"Inclusive, o ex-secretário Euclides dos Santos (Infraestrutura) sugeriu que eu fizesse mais asfalto para poder receber o valor gasto com a questão do meio ambiente. Eu não aceitei", afirmou.
 
O empreiteiro afirma ainda não temer qualquer perícia e afirmou que está contratando uma auditoria privada (talvez a FGV) para produzir novas medições. "Fiz as medições de todos os serviços de modo correto, inclusive com a assinatura dos engenheiros fiscais da prefeitura e do DNIT. Tenho convicção de que minha medição está correta, ou alguém acha que eu iria medir asfalto em local que vai passar viaduto?", salientou o empresário, que pretende aguardar os desdobramentos do caso para acionar o DNIT e a Prefeitura de Cuiabá judicialmente.

Por conta de complicações nas obras da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Tijucal, em Cuiabá, e do próprio Rodoanel, Luiz Carlos Félix afirma que foi obrigado a fazer diversos empréstimos bancários. "Estou devendo R$ 21 milhões. Mas já acertei 90% das pendências da Conspav com fornecedores", informou.
 






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