A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse na noite de sexta-feira (27), em Porto Alegre, que o governo está empenhado em abrir os documentos do período da ditadura militar no País (1964-1985) mas que esbarra, principalmente, em questões referentes à legislação e organização. "Nós estamos trabalhando para abrir", garantiu ela, durante participação na solenidade do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto (a qual compareceu também a presidente da República, Dilma Rousseff).
A ministra criticou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem atribuiu a construção de uma legislação impeditiva em relação à abertura dos arquivos, e informou que cobrará o ex-presidente a respeito de suas declarações recentes. "Ele disse que alguns documentos nem deveriam mais existir. Quero perguntar se ele tem alguma informação sobre a destruição de arquivos, porque nós não temos", assinalou Maria do Rosário.
A ministra afirmou que na pasta de Direitos Humanos "precisa trabalhar com tudo", tamanho o número de demandas prioritárias, e detalhou que, no momento, três projetos estão sendo encaminhados. São eles os de mecanismos de prevenção e combate à tortura, a própria Comissão de Direito à Verdade e o grupo de trabalho que, no Rio de Janeiro, orienta como, nos momentos de tragédias, deve se agir na proteção de crianças e adolescentes.
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