Bovespa volta aos 66 mil pontos com nervosismo global
As ações brasileiras são negociadas com fortes perdas na jornada desta sexta-feira, recuando para seu patamar mais baixo em cerca de quatro meses. Os demais mercados também operam em tom negativo, num contexto de nervosismo geopolítico (com a escalada de tensão no Egito), PIB dos EUA com desempenho decepcionante, e desempenhos mistos no front corporativo.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, retrocede 1,90%, aos 66.756 pontos. Trata-se do menor nível de preços desde setembro do ano passado. O giro financeiro é de R$ 4,88 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, sofre queda de 1,11%.
O dólar comercial é negociado por R$ 1,685, em alta de 0,35%. A taxa de risco-país marca 181 pontos, número 4,02% acima da pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, o governo americano relatou um crescimento de 3,2% (número anualizado) para o PIB (Produto Interno Bruto) no último trimestre de 2010. Analistas de Wall Street previam incremento um pouco maior, de 3,5%.
O crescimento americano foi puxado pelo avanço do consumo doméstico, que apresentou um aumento 4,4% no trimestre, comparado com a alta de de 2,4% no período anterior.
O PCE (índice deflator do PIB), que mede o custo de uma cesta de bens no país, registrou alta de 0,3%, ante estimativas de elevação de 1,5%.
No front doméstico, a FGV apontou uma inflação de 0,79% em janeiro, ante 0,69% em dezembro. Economistas do setor financeiro projetavam uma variação de 0,75%.
O Banco Central informou que o chamado governo central --composto pelo próprio BC, Tesouro Nacional e Previdência Social-- contabilizou um superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) de R$ 14,4 bilhões em dezembro. Em 2010, o resultado acumulado é de R$ 79 bilhões, superando a meta fiscal do ano, de R$ 76 bilhões.
EMPRESAS
Ontem à noite, a Microsoft revelou um lucro líquido de US$ 6,63 bilhões, ou US$ 0,77 por ação, no segundo trimestre fiscal, ante US$ 6,66 bilhões, ou US$ 0,74 por ação, um ano antes. Economistas de Wall Street projetavam um ganho de US$ 0,68 por ação.
E a Ford Motor apresentou um lucro líquido de US$ 190 milhões, ou US$ 0,05 por ação, para o último trimestre do ano passado, bem abaixo dos US$ 886 milhões, ou US$ 0,25 por papel, no mesmo período do ano anterior. O balanço foi afetado pelos encargos de uma dívida de quase US$ 1 bilhão.
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