Amazonas paga pensões vitalícias a ventríloquo, cantor e escritores
O governo do Amazonas paga pensões vitalícias de R$ 2.000 a R$ 4.500 a sete pessoas em homenagem a serviços prestados ao Estado. Entre os beneficiados estão escritores, um cantor e até um ventríloquo.
As pensões começaram a ser pagas em 2001. A última a ser autorizada foi em abril de 2010.
Pagamentos desse tipo já foram considerados inconstitucionais em outros Estados.
O governo estadual, por meio de assessoria de imprensa, afirmou que as leis foram aprovadas pela Assembleia Legislativa.
Uma das pensões favorece o poeta Luiz Bacellar. Ele teve sua pensão oficializada em Diário Oficial por uma lei de 16 de julho de 2008, pelos "relevantes serviços prestados à cultura amazonense".
Bacellar, 82, disse que é funcionário público estadual, atuando como conservador da coleção numismática (de moedas e medalhas) do Estado.
Questionado se a aposentadoria não era pelos serviços prestados à cultura do Estado, ele disse que estava doente e que não poderia mais falar com a reportagem.
Outro beneficiado é o ventríloquo Oscarino Farias Varlão, conhecido como Boneco Peteleco. Ele foi o primeiro agraciado com a pensão, em janeiro de 2001.
Varlão, 73, confirmou o recebimento da aposentadoria: "Não fui em quem pediu isso. Mas me apresentei em tudo que é cidade do Amazonas, para crianças e adultos e continuo trabalhando até hoje".
A reportagem da Folha não consegui localizar os outros beneficiários.
O Amazonas também paga pensões a três ex-governadores do Estado.
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