Capital Inicial celebra o rock n’ roll em Cuiabá com Cyndi Lauper
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Com 28 anos de carreira, Capital Inicial é sinônimo de rock n’ roll. Com novo disco, “Das Kapital” – uma referência direta ao livro “O Capital”, de Karl Marx – a banda escolheu um novo produtor David Corcos (Marcelo D2 e Planet Hemp). De maneira bastante inovadora, saiu o retrô e entrou o high-tech nos palcos. “Reunir o nome Capital Inicial com o título do mais importante livro de Karl Marx e, ainda por cima, fazer as fotos da capa na Bolsa de Valores nos pareceu uma piada irresistível. Uma coisa mais pra Groucho do que pra Karl... Mas, embora o humor tenha servido de inspiração, a combinação entre o título, nosso nome e a foto serve também de pretexto para uma pequena discussão sobre valores”, relata Dinho Ouro Preto.
O vocalista acompanhou os ensaios e os primeiros registros em estúdio do Capital Inicial via Skype, enquanto permanecia internado, em recuperação, após um acidente em show no final de 2009. O cantor – que não se distanciou da construção de “Das Kapital” um momento sequer – colaborou com Yves Passarel (guitarra), Flávio Lemos (baixo) e Fê Lemos (bateria) diretamente do hospital. O resultado de toda essa dedicação e comprometimento é um disco genuinamente coeso – com faixas diretas e dotadas do espírito rock n’ roll. “O Capital é isso ao vivo. Entramos em estúdio e ensaiamos juntos por três meses. Os arranjos foram feitos em conjunto. O disco fica com mais unidade desse jeito. E surgem riffs, os solos”, conta Dinho.
O disco conta com uma série de composições interessantes, entre elas, “Ressurreição”, em que Capital Inicial conseguiu aliar rock n’ roll básico e melodias mais cadenciadas e diversificadas, sem abrir mão de um refrão extremamente bem elaborado e convincente. A música “Depois da Meia Noite” já ocupa espaço nas rádios como hit.
“Como Se Sente” – outro grande momento do disco – mostra nitidamente a nova perspectiva musical do Capital. A nova fórmula, capitaneada por David Corcos, trouxe um novo fôlego para a música da banda brasiliense.
Capital Inicial mostra que o rock n’ roll está mais vivo do que nunca. Tem remissão a punk 77 e rock anos 00 norte-americano (“Ressurreição”), power pop com ênfase no pop (“Depois da Meia-Noite”), rock dançante inglês contemporâneo (“Como se Sente”), baladas de piano (“Eu Quero Ser Como Você”), power pop com ênfase no power e acordes abertos e maiores (“A Menina que Não Tem Nada”) e até climão de rock de arena (“Vivendo e Aprendendo”). A crítica especializada comenta que Das Kapital é um disco com mais brilho, com suor mais evidente, por vezes com chimbau aberto e pé no retorno, em outras, com marcação dramática em piano. Na equação, algo de que o grupo se orgulha mesmo – a manutenção do estilo próprio.
“Mas existe um ponto que para nós é muito valioso, o de ter atingido uma sonoridade própria. Antes mesmo de ouvir o vocal, você já sabe que é o Capital Inicial”, completa Dinho.
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