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Polícia
Segunda - 31 de Janeiro de 2011 às 15:00
Por: KATIANA PEREIRA

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MidiaNews/Reprodução
Delegado Pieroni, da DHPP, insiste em que Eiko (destaque) foi assassinada pelo amante
Delegado Pieroni, da DHPP, insiste em que Eiko (destaque) foi assassinada pelo amante

O delegado Márcio Pieroni, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou, nesta segunda-feira (31), ter certeza de que a estudante Eiko Nayara Uemura foi assassinada.

"Tenho certeza que a Eiko foi vítima de homicídio", disse o policial, durante entrevista coletiva, para divulgar um balanço sobre os casos de homicídios em Cuiabá e Várzea Grande, em 2010.

A declaração de Pieroni vai contra a decisão do Ministério Público Estadual, que, por meio do promotor César Danilo Novais, de Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte de Cuiabá), pediu o arquivamento o inquérito.

O promotor entende que a jovem cometeu suicídio, pulando no Portão do Inferno (a 40 km de Cuiabá, no Parque Nacional de Chapada), no dia 29 de abril de 2009.

Pieroni foi categórico ao dizer que Eiko foi morta pelo advogado Sebastião Carlos Araújo Prado, apontado como amante da estudante. "Trabalhei neste caso, estudei cada detalhe. Por isso, afirmo, com toda a certeza, que ela (Eiko) foi assassinada. Acredito, sim, na culpa do advogado [Sebastião Carlos Araújo Prado]", disse o delegado.

O caso

Desde o início das investigações, a morte da jovem Eiko Uemura se transformou em um grande mistério. Com acusações de queima de arquivo, crime passional, negócios ilícitos supostamente chefiados pelo tio de Eiko, o empresário Júlio Uemura. O tio da jovem chegou a ser preso, em operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), do MPE.

Eiko teria sido usada como laranja do tio; ela aparecia como dona da empresa Eikon Atacado de Alimentos. Investigações revelaram que a empresa era utilizada pela Organização Uemura para aplicar golpes financeiros no comércio de Cuiabá e de várias cidades de Mato Grosso.

Os peritos Dionísio José Bochese Andreoni e Jorge Caramuru foram responsáveis pelo laudo exumatório. Os dois concluíram que a estudante foi espancada, teve fraturas na coluna cervical. O laudo aponta que Eiko foi jogada no Portão do Inferno, depois de morta. A exumação foi realizada 31 dias após o corpo da jovem ter sido encontrado.

Suicídio

O promotor César Danilo Ribeiro de Novais, da comarca de Chapada dos Guimarães, destacou em sua conclusão que  a jovem estudante não teria sido arremessada, pois o trajeto percorrido pelo corpo sugere pessoa viva.

"As  graves lesões da coluna são pertinentes ao trauma da queda do corpo (vivo) no precipício. Assim, guardado o devido respeito, as conclusões constantes no Laudo Exumatório são contrárias às demais provas dos autos e um tanto quanto desgarradas da Medicina Legal", diz o promotor no parecer.

O  promotor deu parecer pelo arquivamento do inquérito, mas não descartou a possibilidade de reabertura das investigações.  "Caso surjam provas novas, o inquérito policial pode ser reaberto, a qualquer momento, dentro do prazo prescricional de 20 (vinte) anos. Portanto, não haverá prejuízo ao Estado e à sociedade o arquivamento dos presentes autos, neste momento", disse César Danilo.






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