Médico acusado de estuprar pacientes é condenado em MT
A Justiça de Mato Grosso condenou o médico ortopedista Célio Eiji Tobisawa, 44, a 17 anos e 10 meses de prisão por estupro de pacientes do hospital regional de Colíder (700 km de Cuiabá). De acordo com seu advogado, o médico nega as acusações.
Segundo a sentença, do juiz Érico de Almeida Duarte, Tobisawa fez ao menos sete vítimas: todos homens e com idades entre 20 e 30 anos. O Ministério Público diz que os episódios ocorriam quando o médico sedava os pacientes para procedimentos cirúrgicos.
Tobisawa está preso preventivamente desde julho do ano passado, em Cuiabá.
Um mês antes, a Polícia Civil do município havia recebido a primeira denúncia por parte de uma suposta vítima. À polícia o paciente contou ter sido sedado para realizar uma infiltração no joelho. Ao acordar antes do previsto, flagrou o médico fazendo sexo oral nele.
Na decisão, o médico é descrito como alguém com "personalidade voltada para os crimes de natureza sexual".
"Sem arrependimento ou mudança de comportamento, pelo contrário, apresentando delitos sucessivos e com vítimas diversas, porém sempre homens, caucasianos e de idade não elevada", diz um trecho.
Em depoimento à polícia um paciente afirma que viu a ação do médico e que chegou a relatar o episódio à família, mas acabou por se convencer de que havia tido uma alucinação provocada pelo medicamento.
Outro paciente disse que não percebeu nada durante o procedimento, mas notou logo depois um hematoma na glande de seu pênis.
Dono de uma clínica particular em Cuiabá, Tobisawa atendia no hospital regional de Colíder durante uma semana por mês.
O médico foi condenado a 17 anos, 10 meses e 15 dias de prisão pelos crimes de estupro de vulnerável (em razão de as vítimas estarem sedadas) e falsidade ideológica.
Seu advogado, Flávio Ferreira, disse que não foi comunicado oficialmente da decisão, mas adiantou que pretende recorrer. "Meu cliente nega todas as acusações", disse.
Segundo Ferreira, os medicamentos utilizados nas sedações podem provocar "alucinações". "Isso não é a opinião dele, mas de técnicos que arrolamos como testemunhas e que atestaram essa possibilidade."
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