Produtos que fazem parte das refeições diárias são os grandes vilões nas hora de pagar as compras nos supermercados
Alimentos pesam no bolso dos consumidores de MT
Nas gôndolas, as mínimas alterações de valores são observadas pelos compradores mais atentos. Para o casal Terezinha e Paulo Audi, em cada visita ao supermercado é possível notar o aumento nos preços. Para eles, cada centavo a mais faz diferença no final do mês. "A solução é estocar quando o produto está mais em conta ou diminuir a quantidade se ficou mais caro", afirma Terezinha.
Na lista da cesta básica, a Abras ainda aponta que o papel higiênico (43,3%), algumas carnes nobres (até 34,9%), os queijos (até 34,3%) acumularam as maiores altas em 2010. As quedas mais expressivas ficaram com a cebola (-47,1%), a batata (-19%) e o tomate (-13,6%). Para o presidente da Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat), Kássio Catena, no Estado não é possível traçar um produto que mais influenciou no preço da cesta básica. "Os valores oscilam muito, dependendo da produção".
Por outro lado, o proprietário da rede Modelo, Altair Magalhães, enumera alguns produtos cujos preço fazem diferença no orçamento destinado à alimentação, como a carne bovina, arroz, feijão, açúcar e óleo vegetal. "Os produtos industrializados também apresentaram variação de preço considerável em 2010".
Para driblar a alta nos preços alguns consumidores têm optado por táticas que visam reduzir os gastos. O empresário Airarde Alvez Juiz conta que sempre fica de olho nos panfletos promocionais dos supermercados. Ele diz ainda que outra opção é trocar alguns itens cujos preços estejam maiores. "Quando a carne vermelha está muito cara, compro aves ou peixes. Nas frutas procuro sempre as da estação".
É justamente essa prática que o economista e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), José Manuel Marta, aconselha os consumidores que vão às compras. Ele explica que a economia, nem sempre está na buscar do preço mais baixo. "É preciso verificar a marca, a quantidade e a qualidade do produto". Marta acrescenta que a escolha e a pesquisa podem diminuir o valor final da compra.
Balanço - As vendas nos supermercados aumentaram entre 4,5% e 5% nos supermercados de Mato Grosso em 2010 na comparação com o ano anterior. O balanço é estimado pelo presidente da Asmat, Kássio Catena. Ele explica que a variação acompanhou a média nacional, que ficou em 4,2% de um ano para outro. Os dados nacionais foram divulgados nesta segunda-feira (31) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Atualmente, o preço médio do arroz é de R$ 8 (pacote de 5 kg); R$ 5,99 pelo litro do óleo de girassol; R$ 3,50 no pacote de açúcar (2 kg), e R$ 2,50 no pacote de feijão (1 kg).
Abastecimento - Foi prorrogada por mais 1 mês a medida que isenta as indústrias de Mato Grosso do pagamento do Impostos Sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) para adquirir arroz de outro estado. Segundo o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz de Mato Grosso (Sindarroz), Joel Gonçalves Filho, a medida foi assinada pelo governo do Estado, por meio das secretarias de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) e de Fazenda (Sefaz) nesta segunda-feira (31).
A isenção do imposto, que vigora desde o dia 1º de novembro, foi solicitada pela classe industrial mato-grossense que temia a possibilidade de faltar o cereal para abastecer o mercado interno. Conforme Gonçalves Filho, a prorrogação do prazo ocorreu em função do atraso na colheita do grão, que deveria ter começado nos primeiro dias de janeiro, e foi adiada para o começo deste mês. Ele acredita que a isenção para até o dia 28 de fevereiro será suficiente para manter o mercado equilibrado. "Não deveremos ter mais atraso".
Sobre a retomada das compras, ele acredita que as indústrias do Sudeste brasileiro deverão retomar as compras do arroz de Mato Grosso, assim que os preços praticados no Rio Grande do Sul se equilibrem. O governo federal vai intervir naquele mercado e a presidente Dilma Rousseff ressaltou que deverá publicar uma nova portaria interministerial para regulamentar novas operações para o arroz. O preço mínimo do cereal no Rio Grande do Sul, determinado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de R$ 25,80 a saca de 50 quilos, mas o produto é comercializado entre R$ 22 e R$ 23 naquele Estado. Em Mato Grosso, o produto está custando cerca de R$ 30.
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