Alagoas afasta direção de presídio onde 2 foram assassinados
O governo de Alagoas afastou três diretores do complexo penitenciário Baldomero Cavalcanti em decorrência do assassinato de dois presos no local, no último fim de semana. O presídio fica em Maceió e é o maior do Estado, com 740 presos.
No sábado, José Juvêncio dos Santos Neto, 31, e José Domingos da Silva, 41, estavam na enfermaria quando foram mortos. Um deles foi espancado e pendurado pelo pescoço por um pedaço de pano e o outro, perfurado com golpes de faca.
De acordo com o CEDH (Conselho Estadual dos Direitos Humanos de Alagoas), a cela da enfermagem estava trancada por fora por dois cadeados.
Ainda não se sabe a autoria dos crimes, mas 20 agentes penitenciários estão sendo investigados.
Glauber Melo, funcionário de carreira do sistema prisional alagoano e atual diretor das unidades penitenciárias do Estado, assumiu interinamente o comando de Baldometo Cavalcanti.
Para o advogado Everaldo Patriota, integrante do CEDH, o afastamento dos envolvidos é praxe, mas não é o suficiente. "A investigação criminal está em curso, mas isso por si só não resulta apontar culpados nem responsabilizá-los", diz.
Para ele, é fundamental investigar a participação dos agentes públicos nos crime. "Responsabilizar [outros] presos é trivial, o feijão com arroz".
CRISE
A morte dos presos aconteceu em sequência a uma greve dos agentes penitenciários do Estado, que durou duas semanas. Neste período, os presos ficaram sem banho de sol e sem receber visitas. Pelos menos dois princípios de rebelião ocorreram durante a paralisação.
Na semana passada, o Ministério Público abriu uma investigação para saber se presos haviam sido torturados no mesmo presídio, no princípio de rebelião do dia 21.
A Promotoria também investiga se equipes de saúde foram proibidas de entrar no local para cuidar de doentes e feridos durante a greve. As denúncias foram feitas por familiares dos detentos.
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