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Quarta - 02 de Fevereiro de 2011 às 01:01
Por: Isa Souza

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Adjunto de Administração Penitenciária, Chaves admite que houve facilitação para fuga em Pascoal
Adjunto de Administração Penitenciária, Chaves admite que houve facilitação para fuga em Pascoal

A Secretaria de Administração Penitenciária de Mato Grosso admite que pode ter havido falha ou, até mesmo facilitação, no sistema de segurança da Penitenciária Central de Cuiabá (antigo Presídio do Pascoal Ramos), durante a fuga do traficante Augusto Rodrigues Martins.

A Polícia Civil investiga uma possível participação de agentes carcerários, advogados e policiais militares na facilitação da fuga.

Além dele, mais três bandidos escaparam pela porta da frente da unidade, em outubro do ano passado. Só agora o fato veio a conhecimento público, conforme reportagem do jornal A Gazeta.

Martins é acusado pela Polícia Federal de chefiar uma quadrilha internacional de tráfico de drogas e receptação de carretas. Os crimes foram investigados e deflagrados durante Operação São Cristovão, em novembro de 2009. O inquérito é presidido pelo delegado Diogo Santana, da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículo.

Os outros bandidos são Sidney Bittencourt, que tem participação em roubo e receptação de cargas; Anderson Luiz Oliveira Silva, que mantém ligações com Edézio Ribeiro Neto, o "Binho", traficante denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), por tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, que está foragido; e Damião Ferreira da Silva, participante em esquema de tráfico de drogas.

Em entrevista à TV Centro América (4), nesta semana, o secretário-adjunto da administração da Penitenciária, José Antônio Chaves, falou pela primeira vez sobre o caso.

"Nós estamos trabalhando com indício de facilitação de servidores na saída destes presos. Alguém deve ter facilitado", disse.

A  ausência dos quatro criminosos foi notada pela Polícia Civil apenas durante uma conferência no local. Apesar de ter divulgado que uma pessoa teria sido indiciada pela possível facilitação, a instituição informou que não irá se manifestar sobre o caso enquanto não houver mais detalhes.

Caso o inquérito policial aponte a participação de servidores da Penitenciária na fuga dos bandidos, haverá possibilidade para instauração de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra os mesmos.

Atualmente, a Penitenciária Central é considerada a maior do Estado, abriga 1.800 detentos, apesar de ter capacidade para 700 presos.

Demissão

O caso gerou crise na cúpula da Segurança Pública do Estado, motivando a substituição do diretor da Penitenciária Central do Estado, José Carlos de Freitas por Jean Carlos Gonçalves. Freitas foi transferido para a coordenação da gestão de cadeias.

O episódio revela também falhas no controle dos detentos de alta periculosidade. Para evitar qualquer pista a respeito da fuga que ocorreu no final de novembro, Sônia Rodrigues da Silva, esposa do traficante Augusto Rodrigues Martins, comparecia frequentemente à Penitenciária Central do Estado para supostamente visitá-lo. Assim, não transparecia que o marido estava foragido, o que veio a ser descoberto somente semanas depois.

Ela foi denunciada pelo Ministério Público Federal no desdobramento da operação "São Cristovão", da Polícia Federal, que desmantelou uma quadrilha de tráfico internacional de drogas e receptação de carretas roubadas, que eram adulteradas, vendidas, ou levadas até a Bolívia e trocadas por drogas.

De acordo com o MPF, o papel de Sônia Rodrigues seria constituir empresas "laranjas" para encobrir a atividade ilícita.






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