Ações do Panamericano sobem 22,5% com venda para o Pactual
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve um dia de forte recuperação na rodada de negócios desta terça-feira. Investidores usaram o bom humor global como justificativa para disparar ordens de compra. No mês passado, a Bolsa derreteu quase 4%, o que também deixou algumas ações a preços "oportunos". No cenário global, o mercado deixou um pouco de lado a crise do Egito e focalizou a bateria de dados positivos da economia americana.
A ação do banco PanAmericano foi durante todo o pregão o destaque positivo. O papel disparou 22,5% no dia, sendo negociado por R$ 5,22, com um forte volume de negócios --R$ 90,149 milhões. Ontem à noite, o grupo Silvio Santos e o BTG Pactual acertaram a venda do banco, com uma valorização prevista de 14% para o grupo financeiro adquirir as ações.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, ganhou 1,91% no fechamento, aos 67.847 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,36 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, sobe 1,24%, pouco antes do final deste pregão.
"O indicador da China veio abaixo do esperado e isso acalmou um pouco o mercado, que temia um novo aumento dos juros até amanhã. Aparentemente, ninguém esperava mais isso para esta semana, pelo menos. E para melhorar, a situação na Europa melhorou um pouco, e os números nos EUA vieram bons", sintetiza Mitsuko Kaduoka, analista da Indusval Corretora.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,664, em queda de 0,6%. A taxa de risco-país marca 168 pontos, número 4,5% abaixo da pontuação anterior. "Se o dólar bater em R$ 1,65, é muito provável que uma parte do mercado vá fazer força para romper esse piso e traga a taxa para um valor ainda menor", comenta Luiz Carlos Baldan, diretor da corretora Fourtrade, ressaltando que o mercado já conta com novas medidas do BC para deter a desvalorização cambial.
A exemplo de ontem, os EUA forneceram os motivos para o bom humor. A influente sondagem da entidade privada ISM apontou uma nova expansão do setor manufatureiro nos EUA, já pelo 18º mês. E num ritmo mais intenso do que o previsto: o índice elaborado por esse instituto bateu os 60,8 pontos, acima da projeção do mercado financeiro (58 pontos). Além disso, as vendas de carros subiram 18% em janeiro. Essa combinação pode ter "contrabalançado" a forte contração vista na construção civil, onde o nível de gastos caiu 2,5% entre novembro e dezembro.
Ainda no front externo, uma sondagem privada apontou uma desaceleração no nível de atividade do setor manufatureiro chinês em janeiro. Elaborado a partir de pesquisas com empresários do setor, o índice teve uma leitura de 52,9 pontos no mês passado, a menor em cinco meses.
No front doméstico, o Ministério do Desenvolvimento revelou um superavit comercial de US$ 424 milhões para janeiro, o primeiro saldo positivo para este mês em três anos. O governo ainda revelou que a dívida pública atingiu R$ 1,69 trilhão em 2010, e projetou um aumento de 14% para este ano.
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