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Política
Quarta - 02 de Fevereiro de 2011 às 07:42
Por: Ana Rosa Fagundes

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GERALDO TAVARES/DC
Conselheiro Humberto Bosaipo, do TCE, segundo o MPE, recebeu salários mensais de R$ 75 mil
Conselheiro Humberto Bosaipo, do TCE, segundo o MPE, recebeu salários mensais de R$ 75 mil

No primeiro dia de retorno das sessões plenário do Tribunal de Contas do Estado, o conselheiro Humberto Bosaipo aproveitou para se manifestar sobre as acusações de que recebe do Estado mais do que é permitido constitucionalmente. Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o ex-deputado estadual receberia R$ 75 mil por mês, somando salários do conselheiro, ex-governador, ex-deputado e ex-servidor da Assembleia Legislativa.

Bosaipo leu uma nota de esclarecimento. O conselheiro disse que em consequência do cargo que ocupa, por respeito aos conselheiros e à sociedade, sentiu a necessidade de esclarecer. Embora tenha decidido falar sobre o assunto, o conselheiro só se manifestou em plenário, não falou com a imprensa, que estava no local.

Arredio, o conselheiro preferiu não participar do coquetel oferecido pela ocasião da eleição do novo procurador-geral do Ministério Público de Contas, Alisson Alencar. A sessão ordinária foi aberta com a solenidade de posse do novo chefe. Enquanto os outros conselheiros participaram do evento, Bosaipo preferiu se recolher ao gabinete. Na reabertura da sessão, para julgamento de processos, o ex-deputado leu sua nota de esclarecimento. Em tom seco e rápido, o conselheiro expôs suas considerações, recheadas de termos jurídicos e parágrafos constitucionais.

Como argumento para sua defesa, o conselheiro afirmou que a pensão que recebia por ter ocupado cargo de de governador era prevista na Constituição. No entanto, observando o teto constitucional, que é de R$ 12.294,32, ele afirmou que pediu a suspensão do benefício em janeiro de 2009, pelo período em que for conselheiro do Tribunal, já que somando as quantias, extrapola o valor permitido por lei. Ele entrou no TCE em novembro de 2008. No entanto, apesar do pedido de suspensão, ele continuou recendo o dinheiro. “O deferimento do pedido foi expedido pela Secretaria de Administração, no entanto a demora na aplicação desse procedimento me expôs a uma situação incompatível com minha função”.

A notícia de que Bosaipo receberia essa quantia exorbitante teve repercussão nacional, agravada pelo fato de ter ficado apenas 10 dias no cargo de governador e receber cerca de R$ 12 mil reais de aposentadoria por ter exercido a função nesses dias.

Embora tenha se defendido alegando que pediu a suspensão temporária do benefício, ele ressaltou que a contestação de pagamento de aposentadoria para ex-governadores é recente e não há notícia de decisão judicial proibindo o recurso, quando não passar do limite constitucional a que o Estado pode pagar a uma pessoa em ordenado.

Com relação ao ordenado que recebe da Assembleia, por ter sido servidor e deputado, o chamado Fundo de Assistência Parlamentar (FAP), Bosaipo afirmou que não existe ilegalidade ou imoralidade, uma vez que esse benefício é decorrente de contribuição. “Nos meus 17 anos de deputado foi descontado 8% do meu salário para essa aposentadoria, portanto saiu do meu próprio bolso”, disse o conselheiro.






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