A jovem afirma que também sofreu discriminação homofóbica por funcionáros da Lotus, em Cuiabá
Estudante diz que foi agredida e humilhada em boate
A estudante de psicologia Karla Karoline Alencar, de 21 anos, fez um boletim de ocorrência, na madrugada do último domingo (30), alegando que foi agredida nas dependência boate Lotus, em Cuiabá. Karla disse que a agressão teve também motivação homofóbica. A festa na boate era destinada ao público GLBT.
Karla contou em entrevista ao MidiaNews que a confusão começou por volta das 4 horas da mahã, quando ela e uma amiga foram usar o banheiro da boate.
"Entramos no banheiro e quando saímos vimos uma conhecida brigando com uma funcionária. Eu fui separar as duas e pedi para minha colega se controlar. Nesse momento duas seguranças da boate, chamadas Valquíria e Flávia, me seguraram e começou a agressão", disse a jovem.
A estudante disse que foi levada à força para uma área dentro da dentro da casa noturna. "Eu e minha amiga fomos arrastadas na frente de todas as pessoas, como se fossemos criminosas, para um bequinho dentro da Lotus. A segurança pisou no meu pé, me agrediu, fiquei muito nervosa. Elas não me deixavam falar, eram muito fortes, não consegui me soltar", revelou Karla.
Segundo a jovem, as agressões não pararam. Ela acusa funcionários da boate de terem agido com preconceito e discriminação. "Passei por uma grande humilhação, me levaram no caixa para pagar a conta. A minha bolsa não estava comigo, os funcionários começaram a falar que eu não tinha dinheiro. Essa sapatão quer dar o calote, gritou um funcionário", contou Karla.
A jovem disse que, depois que pagou a conta, ela e a amiga foram expulsas da boate. "Praticamente jogaram agente para fora da casa. Falaram que estávamos proibidas de entrar na boate. Saí de lá e fui direto fazer o boletim de ocorrência", contou.
A jovem disse ainda que sofreu violência psicológica e ameaças. "Os seguranças falaram que tinham tudo filmado e que iam chamar a polícia para prender agente, foi muito humilhante", disse Karla.
A estudante de psicologia disse que fez o exame de corpo delito e que vai entrar com uma ação contra a Lotus. "Assim que sair o resultado de corpo delito, eu vou entrar com uma ação contra a Lotus, por danos morais, agressão e discriminação. Estou com muitas dores e hematomas no corpo, não consegui trabalhar de tanta dor no corpo", disse Karla.
Outro lado
O diretor da Lotus Tales Filho deu outra versão para o relato. "Elas agrediram uma faxineira da boate, por motivos pessoais. Nesse instante, entrou a equipe de seguranças no banheiro feminino para apartar a briga. E convidar as meninas para se retirarem da boate", disse. Ele confirmou que as seguranças citadas pela estudante trabalham, de fato, no estabelecimento.
O diretor contou também que as meninas foram até o caixa, pagaram a conta e ficaram do lado de fora da boate, esperando para bater na funcionária da Lotus. "Elas ficaram esperando do lado de fora para continuar a agressão. Nesse momento chamamos a polícia e elas se dispersaram", contou Tales Filho.
Filho disse que a situação será resolvida com apoio jurídico. "É complicado uma funcionária, faxineira, trabalhar a noite toda por R$ 50 e ainda agüentar agressão de cliente. Vamos acionar o jurídico e mover uma ação contra as moças, por calúnia e difamação. Falar é fácil, quero ver ela provar isso", afirmou.
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