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Política
Quinta - 03 de Fevereiro de 2011 às 16:02

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O Senado concluiu nesta quinta-feira a escolha dos senadores que vão integrar a Mesa Diretora da Casa nos próximos dois anos. Mesmo sem acordo entre governo e oposição, os líderes indicaram os quatro suplentes da Mesa --numa disputa interna que não se encerra com a votação.

Foram eleitos os senadores Maria do Carmo Alves (DEM-SE), Vanessa Graziottin (PC do B-AM), Gilvam Borges (PMDB-AP) e João Durval (PDT-BA) para as quatro suplências da Mesa Diretora. O Senado já havia escolhido os sete titulares, mas os nomes dos suplentes permaneciam indefinidos.

O impasse está em torno da escolha dos presidentes das comissões permanentes do Senado, já que as indicações para as suplências entram no mote de negociações entre os partidos. Como não houve acordo, a expectativa é que na semana que vem os partidos disputem no voto os comandos das comissões mais cobiçadas.

PT e PSDB disputam a presidência da Comissão de Infraestrutura, responsável por aprovar indicações para agências reguladoras e projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O PSDB, terceira maior bancada da Casa, diz que tem direito à escolha porque PT e PMDB optaram pela presidências da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) --por serem os partidos com o maior número de senadores eleitos.

"Defendemos a regra da proporcionalidade dos partidos. Ao contrário, seremos dizimados aqui", disse o senador Alvaro Dias (PR), líder do PSDB.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) ameaçou recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) se a regra da proporcionalidade na escolha das comissões não for cumprida. "Ou os compromissos são honrados, ou vamos buscar os direitos dos partidos de oposição."

O DEM, apesar de ter uma bancada com somente cinco senadores, conseguiu uma vaga de suplente na Mesa. O partido, em acordo firmado inicialmente com o governo, também ficaria com a presidência da Comissão de Agricultura --mas o PT agora diz que, com o acordo rompido, a vaga será do PDT.

"O objetivo de ceder a Comissão de Agricultura para o DEM era para fechar um acordo. Agora, por que o PDT vai abrir mão se o acordo não foi cumprido?", questionou o senador Humberto Costa (PE), líder do PT.

COMPOSIÇÃO

Marta Suplicy (PT-SP) foi eleita primeira vice-presidente, com a função de substituir José Sarney (PMDB-AP) no comando da instituição nas ausências do peemedebista.

O PT optou pela primeira vice para evitar que o cargo fique nas mãos da oposição --que poderia presidir sessões no plenário da Casa.

Os petistas chegaram a cogitar escolher a primeira-secretaria, responsável por toda a administração do Senado, mas optaram por uma função política que não represente insegurança ao governo federal no Senado.

A primeira-secretaria será ocupada pelo senador Cícero Lucena (PSDB-PB), que terá como tarefa dar continuidade à reforma administrativa da Casa. O órgão foi alvo de uma série de escândalos nos últimos anos diante de problemas administrativos, entre eles a crise ética de 2009 conhecida como o escândalo dos "atos secretos".

PTB e PR disputaram dois cargos na Mesa Diretora até o momento da votação no plenário, mas as siglas chegaram em um acordo com a indicação do senador João Ribeiro (PR-TO) para a segunda secretaria e João Vicente Claudino (PTB-PI) na terceira secretaria da Casa.

Além de Sarney, o PMDB vai ocupar mais um cargo na Mesa Diretora com o senador Wilson Santiago (PMDB-PB), que ficou com a segunda vice-presidência.






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