Estudantes veteranos, que queriam aplicar o trote nos novos universitários, jogaram ovos no grupo que tentava evitar a brincadeira violenta. Houve discussão e o estudante e integrante do DCE Augusto Botelho conta que foi agredido.
“Eles jogavam coisas na gente e saíam. Até que chegou o momento que culminou neste soco que eu nem vi quem foi”, afirmou.
A iniciação dos calouros começou pela manhã e a parte da tarde foi regada a muita bebida. Uma caloura, menor de idade, teve que ser socorrida pelos bombeiros completamente alcoolizada. “Eles fazem uso de álcool. Já faz parte eles usarem bebidas nesses trotes”, conta um policial.
Aluno coloca bebida na boca de caloura (Foto: Saulo Tomé/UnB Agência/Divulgação)
A prefeitura do campus vai abrir investigação interna para identificar todos os envolvidos e estuda outras medidas de segurança na UnB.
“Cada vez que houver divulgação dos resultados vou chamar a Polícia Militar desde cedo para fazer o patrulhamento da área de divulgação. E em uma medida extrema podemos até suspender essa forma de divulgação, o que é lamentável”, afirma Paulo César Marques, prefeito do campus.
A polêmica dos trotes está na pauta da universidade. Uma comissão investiga abusos cometidos por estudantes de agronomia que submeteram alunas situações obscenas.
Alunos discutem durante o trote (Foto: Saulo Tomé/
UnB Agência/Divulgação)
A reitoria também colocou uma resolução com regras de convivência em discussão no site da UnB - uma espécie de consulta pública à comunidade acadêmica. O documento que vai ser apresentado ao Conselho Universitário proíbe os trotes que submetam os alunos a ações de tortura ou castigo cruel, desumano ou degradante e a situações de discriminação de qualquer natureza.
Nos corredores da universidade, o debate é grande. “Creio que a própria instituição deveria organizar e estimular para que não haja excessos e quais as datas que deveriam ocorrer os trotes”, indica o estudante Sílvio Pereira Júnior.
“Tacar farinha, ovo, vinagre e tratar o calouro como bicho? Não temos dúvidas que é uma afronta com a convenção dos direitos humanos”, diz Jonatas Moretti, estudante de serviço social.
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