Após 10 anos, casal tem gêmeos com nova técnica de triagem
George e Helen Ashton disseram à BBC que se sentem "orgulhosos e privilegiados por serem pais de dois lindos meninos".
A técnica, conhecida como Hibridização Genômica Comparativa, permite uma espécie de escaneamento em busca de anormalidades genéticas nos embriões e aumenta as chances de uma gravidez bem sucedida no processo de fertilização in vitro.
Segundo o ginecologista Tim Child, da clínica Oxford Fertility Unit, a maior parte dos abortos naturais nas mulheres que passaram pela fertilização ocorre porque o embrião tem o número incorreto de cromossomos.
"Na fertilização in vitro normal, cultivamos os embriões e escolhemos os dois melhores para implantar no útero com base na sua aparência, mas muitos acabam sendo anormais. A nova técnica permite checar todos os 23 pares de cromossomos para garantir que o embrião seja saudável", disse à BBC.
CROMOSSOMOS
A tecnologia usada no procedimento permite conferir os cromossomos no embrião a poucos dias de seu desenvolvimento. Somente os mais saudáveis e com as maiores chances de sobrevivência são implantados no útero da mãe.
Pesquisadores da Universidade de Oxford dizem que a técnica aumenta para 66% o número de mulheres que engravidam com a fertilização in vitro.
Sem a técnica, o índice habitual é em torno de 28%. Cerca de 37 mil mulheres passa pelo tratamento de fertilização in vitro a cada ano no Reino Unido e menos de um em cada quatro procedimentos tem êxito.
Tim Child, que realizou o procedimento em Helen Ashton, diz que a técnica ainda é cara e, por isso, recomendada somente para os casais que tentaram engravidar várias vezes sem sucesso.
George e Helen Ashton tentaram a fertilização in vitro cinco vezes em quase dez anos. Ela diz que ficou grávida algumas vezes, mas sofreu abortos naturais.
"Não queríamos admitir a derrota nem perder as esperanças, mas chegamos ao ponto de pensar: talvez isso não vá acontecer para nós. Estávamos chegando ao fim da linha", conta.
No Brasil, a técnica começou a ser estudada em 2004. Hoje ela é aplicada em dois laboratórios, somente em casos de pessoas com um longo histórico de tentativas.
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