Bovespa tem alta modesta após forte queda na semana passada
Como visto nos pregões mais recentes, a Bolsa brasileira tem operado "descolada" das praças externas em boa parte das vezes. Esses mercados estão progressivamente recuperando o terreno perdido para a crise de 2008, enquanto a Bovespa, que quase retomou topos históricos de preços, registrou uma forte correção no valor das ações, com preocupações sobre a inflação (e aperto monetário) e fuga de capital estrangeiro.
Dessa forma, o índice Ibovespa subiu apenas 0,14% no fechamento de hoje, batendo os 65.362 pontos, em seu patamar mais baixo desde fins de novembro. O giro financeiro foi fraco, de apenas R$ 5,5 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones (Bolsa de Nova York) valoriza 0,61% pouco antes do final das operações.
Analistas ainda não tiraram o Egito (com suas turbulências políticas) do radar. E a expectativa de que o governo brasileiro anuncie nos próximos dias o tamanho do corte de gastos públicos deve manter o mercado doméstico volátil.
"As informações internas devem reforçar a tendência de alta dos preços, contudo, ressaltamos que entre os dias 10 e 12, o anúncio de contingenciamento de gastos deve minimizar as pressões inflacionárias", comenta Marco Saravalle, da área de análise de investimentos da corretora Coinvalores, em texto sobre a conjuntura para esta semana."Não temos grande otimismo para o desempenho da Bolsa nesta semana, com perspectiva de aumento da aversão ao risco atrelada às intempéries externas", acrescenta.
No pregão de hoje, a ação preferencial da Petrobras teve perdas de 1,44%, enquanto o papel de mesma ordem da Vale caiu 0,13%. No segmento bancário, as ações do Bradesco e do Itaú-Unibanco avançaram em torno de 1%, enquanto o ativo do Santander Brasil teve alta de 2%.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,680, em alta de 0,23%. A taxa de risco-país marca 162 pontos, número 2,5% acima da pontuação anterior. O Banco Central comprou dólares a termo e dólar à vista, acentuando suas intervenções no mercado de câmbio.
Os economistas do setor financeiro elevaram novamente suas projeções para a inflação deste ano, conforme pesquisa do Banco Central (boletim Focus). A variação projetada do IPCA passou de 5,64% para 5,66%. Para 2012, a projeção foi reduzida de 4,70% para 4,61%.
A Anfavea (associação das montadoras) reportou uma produção histórica num mês de janeiro --261.777 unidades-- batendo a cifra de 2008. As vendas aumentaram quase 15% na comparação com janeiro de 2010.
E o Ministério do Desenvolvimento apontou um superavit comercial de US$ 432 milhões na primeira semana de fevereiro, o que elevou o saldo positivo deste ano para US$ 856 milhões, ante um deficit de US$ 351 milhões em idêntico período de 2010
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