No último final de semana, o diretor da empresa de segurança HBGary Federal, Aaron Barr, disse que sabia quem eram os líderes da equipe de hackers conhecida como "Anonymous". E os hackers responderam na madrugada, invadindo o site e os sistemas da companhia e tomando a conta de Barr no Twitter.
Mesmo que os integrantes do Anonymous assegurem não haver uma hierarquia tradicional, Barr disse ao jornal britânico "The Financial Times que havia se infiltrado na organização e descobrira os nomes e endereços de seus mais altos representantes. Afirmou também que não tinha intenção de entregar a informação à polícia (a menos que fosse obrigado a isso) mas que planejava apresentar os dados durante uma conferência em São Francisco (EUA), ainda neste mês.
Tão logo suas afirmações se tornaram públicas, os ataques começaram com uma ofensiva contínua contra Barr, em nível pessoal e profissional. A conta dele no Twitter, segundo reportagem da BBC, ficou cheia de comentários racistas e de cunho sexual, além de expor dados pessoais como telefone celular, endereço e o número do seguro social de Barr.
Enquanto isso, na página da empresa, apareceu uma mensagem dizendo que o Anonymous havia "confiscado" as operações da HBGary como um ato de defesa. "Vocês pediram isso", dizia a mensagem. "Deixem-nos ensinar uma lição que nunca esquecerão: não se metam com o Anonymous", acrescentava.
O grupo informou ainda que havia tomado o controle de todo o sistema de email da companhia, apagado seus arquivos e atrapalhado o sistema telefônico, além de publicar na web copias de documentos internos e dados da empresa.
O Anonymous está envolvido em uma grande quantidade de protestos online e ataques na internet nos últimos meses. Em dezembro, lançou uma campanha de apoio ao WikiLeaks que interrompeu os serviços da Mastercard, Visa e outras empresas que negaram algum serviço ou apoio ao site especializado em vazar informações confidenciais - o grupo está sendo investigado em diversos países pelos ataques pró-WikiLeaks, e já ocorreram prisões no Reino Unido e na Holanda.
Além da ofensiva pró-WikiLeaks, o Anonymous está por trás de ataques aos governos do Egito e da Tunísia em apoio aos protestos populares que ocorrem nestes países.
Outras batalhas do grupo compreendem campanhas a favor do acesso à pornografia sem censura na rede, contra iniciativas antipirataria patrocinadas pelos estúdios de Bollywood e uma batalha contra a Igreja da Cientologia porque está suprime a dissidência. O grupo diz que é ativo para "defender a liberdade e a abertura na internet".
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