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Internacional
Terça - 08 de Fevereiro de 2011 às 13:51

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Um dos advogados de Julian Assange e um especialista jurídico acusaram nesta terça-feira a Suécia de irregularidades e ilegalidade na forma como construíram o caso de acusações de crimes sexuais contra o criador do WikiLeaks.
O advogado sueco de Assange, Bjorn Hurting, disse que um promotor "agiu contra as leis da confidencialidade, contando a um dos nossos tabloides que Julian era suspeito de estupro". Ele disse que promotores e a polícia vazaram detalhes do caso para a mídia.

Carl de Souza/AFP
 
Fundador do WikiLeaks, Julian Assange, chega a tribunal no leste de Londres para segunda audiência de extradição

Assange comparece nesta terça-feira perante o tribunal londrino de Woolwich na segunda jornada da audiência de sua extradição à Suécia, onde é requerido pela Justiça devido a supostos crimes de agressão sexual.

Na segunda-feira, primeiro dia de audiência, a equipe legal de Assange pediu que a extradição não seja autorizada porque considera que não há garantias de que ele será submetido a um julgamento justo no país.

Além disso, os advogados do jornalista temem que a Suécia o entregue aos Estados Unidos e ele acabe sendo levado para Guantánamo por ter publicado milhares de documentos confidenciais do governo americano.

Sven-Erik Alhem, um ex-promotor-chefe na Suécia que compareceu ao tribunal como testemunha de defesa, disse que a promotora Marianne Ny "deveria ter garantido que Assange seria capaz de dar sua versão dos eventos em detalhe" antes de ter emitido um mandado de prisão.

Alhem disse ainda que era "extraordinário" que um promotor tivesse vazado o nome de Assange à imprensa.

Os advogados de Assange afirmam que os promotores recusaram sua oferta de que ser questionado em Londres sobre as alegações de crime, que ele nega.

Mas a advogada britânica representando a Suécia, Clare Montgomery, disse que Ny emitiu o mandado de prisão de Assange apenas após ter feito diversas tentativas sem sucesso de marcar um depoimento dele.

Assange, 39, nega ter cometido crimes sexuais na Suécia e seus partidários qualificam de injusta a solicitação de extradição.

Está previsto que o processo acabe nesta terça-feira, mas ainda não se sabe se o juiz Howard Riddle emitirá uma sentença.

Personalidades como o escritor Tariq Ali e o político Tony Benn, que preside a coalizão "Stop the War" (Pare a Guerra), contrária à Guerra do Iraque, expressaram preocupação de que Assange seja extraditado para os EUA.

"Se for para a Suécia, os americanos o levarão aos EUA e como Bradley Manning, que começou este trabalho [de filtrar documentos confidenciais], pode facilmente ser submetido a um regime de isolamento e receber um julgamento injusto", disse Benn.

Manning é o soldado americano suspeito de filtrar os documentos secretos divulgados pelo WikiLeaks e atualmente está preso em uma prisão militar perto de Washington.

Ali afirmou que a sorte de Assange "pode ser a mesma que a de Bradley Manning" se for deportado.

CASO

O australiano foi acusado de agressão sexual por duas mulheres do país escandinavo com as quais manteve relações sexuais durante uma estadia em Estocolmo no mês de agosto do ano passado.

As duas mulheres o acusam, entre outras coisas, de havê-las forçado a manter relações sexuais sem preservativo. Ele afirma que as relações foram consensuais e acusa a Suécia de manter interesses políticos no processo, querendo desmerecer o trabalho do WikiLeaks.

Ele está atualmente em liberdade assistida, após pagar fiança. Desde então, vive em Ellingham Hall, na mansão de um amigo, a 200 km a leste de Londres.
 






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