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Polícia
Terça - 08 de Fevereiro de 2011 às 18:50

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O diretor do Deap (Departamento de Administração Prisional) de Santa Catarina, Adércio José Velter, afastou os dois agentes penitenciários que estavam presentes no momento da fuga de 79 presos do centro de triagem da penitenciária de Florianópolis, na noite de segunda-feira (7).

"Constatamos que não houve rompimento de cadeado, porta ou estrutura. Tudo leva a crer que alguma porta ou cadeado foi deixado aberto. Temos que apurar se foi um leve esquecimento [de algum agente penitenciário]", disse Velter.

Segundo o diretor, o afastamento ocorreu também para preservar os agentes, que foram expostos a "situação de truculência". Eles foram feitos reféns.

Velter disse ainda que um dos agentes portava um revólver, que foi tomado pelos presos na hora da fuga. Uma instrução normativa do governo estadual impede uso de armas dentro de unidades, segundo o diretor.

A Secretaria de Justiça do Estado abriu uma sindicância para investigar a fuga. O prazo para conclusão é de 30 dias.

ESTRUTURA

O presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Santa Catarina, João Moacir Correia Andrade, disse que a estrutura do centro de triagem da penitenciária não respeita determinações legais nem técnicas.

"Fez-se um caixote e colocaram-se presos lá dentro, sem condição nenhuma, e sem condições de trabalho para os agentes"

O advogado disse que há poucos agentes penitenciários no local e que eles têm contato direto com o preso no momento de fechar as celas. Andrade afirmou ainda que na unidade não há parlatório (local para conversas reservadas entre presos e advogados) nem local próprio para visita de familiares.

O diretor do Deap afirmou que a maioria dos centros de triagem do país não têm local específico para visitas de familiares, que ocorrem na área de banho de sol. Velter confirmou que não foi feito parlatório na unidade, mas disse que haverá uma adequação.

O diretor disse que o governo estadual pretende aumentar o número de agentes penitenciários. Ele negou que eles tenham contato direto com presos na unidade.

FUGA

A fuga de 79 presos na noite de segunda (7) foi a maior já registrada em unidades prisionais de Santa Catarina. Até agora, 48 detentos foram recapturados.

Policiais militares conseguiram deter mais fugas da unidade, que tinha 201 presos. A central possui capacidade para 216 presos provisórios (não condenados judicialmente).

Cerca de cem policiais militares e civis, com a ajuda de um helicóptero da PM, trabalharam durante a noite de segunda e a madrugada desta terça à procura dos fugitivos. As buscas continuam nesta terça, mas o efetivo de policiais envolvidos na operação é menor.

A fuga deixou moradores de áreas próximas com medo. "Vi que as ruas estão vazias, está todo mundo em estado de alerta. Corremos risco de, de repente, alguém perdido querendo entrar [nas nossas casas]", disse a advogada Ana Cláudia Colatto, que mora no morro da Penitenciária, a cerca de dois quarteirões da prisão.






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