Os servidores da Assembleia Legislativa do Paraná vão passar por uma atualização cadastral na quarta-feira. A medida foi determinada pela Mesa Executiva, que quer se informar sobre todos os funcionários e suas funções, além de evitar irregularidades. Nesta terça-feira, o deputado Marcelo Rangel (PPS) apresentou o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar aos grampos encontrados na Casa no último final de semana.
Até a próxima sexta-feira, a administração da Assembleia vai cobrar de todos os servidores uma lista de documentos e, quem não apresentar os itens solicitados, terá o salário suspenso. O procedimento será acompanhado pelo Tribunal de Contas do Estado. Em um ano, será o segundo recadastramento na Casa. O primeiro foi determinado após denúncias de desvio de dinheiro por meio da contratação de funcionários "fantasmas" e da edição de atos secretos.
A atual polêmica na Casa é a descoberta de equipamentos de escuta, grampos telefônicos e centrais de filmagens em gabinetes parlamentares, durante o final de semana. Segundo o deputado Rangel, os indícios apontam para a ilegalidade das escutas, mas o presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), aguarda resposta de ofício enviado ao Tribunal de Justiça e à Justiça Federal para saber se os equipamentos não foram instalados com autorização judicial por conta das investigações feitas na Assembleia em 2010, após o escândalo da contratação de "fantasmas".
O pedido de CPI tem a assinatura de 22 deputados, o suficiente para sua abertura. Rossoni afirmou hoje que a comissão deve ser instalada na próxima segunda-feira, após resposta da Justiça sobre os grampos e a vistoria das assinaturas colhidas por Rangel.
Apesar de a Polícia Civil já estar investigando a autoria das escutas, Rangel afirmou que a CPI tem a prerrogativa de convocar qualquer pessoa para prestar depoimento. "A CPI tem uma finalidade mais política porque vai verificar se existia uma quadrilha aqui dentro que se beneficiava dessas escutas para desviar dinheiro público. E os deputados foram eleitos para fiscalizar todos os poderes, inclusive esse", disse.
Criação do Gabinete Militar
Nesta tarde, a Assembleia aprovou a criação do Gabinete Militar para fazer a segurança da Casa. Desde o dia 2, policiais militares fazem a segurança da Casa, após a demissão dos seguranças particulares contratados na Legislatura anterior.
Pela proposta, além da segurança de deputados, servidores e visitantes, os policiais farão a segurança "pessoal e familiar do presidente e primeiro secretário no âmbito externo à sede do Parlamento". O projeto prevê o ressarcimento mensal ao Executivo dos valores relativos à remuneração dos policiais militares.
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