França ainda está confiante em venda de caças ao Brasil
Mesmo após a presidente Dilma Rousseff ter dito considerar o F-18 da Boeing a melhor opção de caça para a FAB (Força Aérea Brasileira), a França ainda está confiante sobre suas chances de vender os caças Rafale para o Brasil, disse o porta-voz do governo François Baroin nesta quarta-feira.
"Estamos confiantes no resultado desta disputa", disse Baroin a jornalistas, quando indagado sobre as chances da fabricante francesa Dassault Aviation conseguir a primeira encomenda externa para o caça.
Apesar de Dilma ter dito a autoridades dos Estados Unidos que considera o F-18 da Boeing como a melhor opção, ela ainda está tentando obter melhores condições com relação à transferência de tecnologia.
Dilma citou o tema da compra dos caças durante uma reunião na segunda-feira, em Brasília, com o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner. O Gripen NG, produzido pela sueca Saab, também está na disputa.
As declarações da presidente, junto à sua decisão prévia de adiar a licitação em vez de decidir imediatamente pelos Rafale, como propunha o Ministério da Defesa, sugerem que ela está se inclinando pela proposta da Boeing, num negócio que pode moldar as alianças militares do Brasil pelas próximas décadas.
Dilma, no entanto, disse a Geithner que continua preocupada com as questões de transferência da propriedade tecnológica, algo que o Brasil pleiteia que seja incluído no acordo, para poder desenvolver sua própria indústria militar.
A presidente afirmou estar buscando condições melhores por parte da Boeing, além de garantias de que o governo dos EUA permitirá que tecnologias militares estratégicas mudem de mãos.
O Palácio do Planalto não quis comentar as informações.
A porta-voz da Boeing, Marcia Costley, afirmou que as garantias de transferência tecnológica são uma questão a ser decidida pelos dois governos.
Ela acrescentou que, como parte do eventual negócio, a empresa norte-americana estaria disposta a fornecer ao Brasil também tecnologia e outros tipos de assistência em áreas como transportes, satélites e sistemas bélicos.
"A Boeing tem capacidade e recursos para cumprir suas promessas. A respeito da transferência de tecnologia, e tem um histórico para provar isso", disse Costley por e-mail.
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