Comerciante é condenado por tráfico de brasileiros
A Justiça Federal em Sorocaba (99 km de SP) condenou o comerciante Airton Oliveira Gomes por tráfico de pessoas e estelionato.
Em fevereiro de 2000, Gomes deu uma palestra em Itapetininga (172 km de SP) para recrutar interessados em trabalhar no exterior. Sete pessoas pagaram para ir à Inglaterra, mas, uma vez lá, precisaram trabalhar clandestinamente e foram deportadas.
Segundo depoimentos das vítimas, que constam no processo, Gomes disse que conseguiria emprego formal e documentos oficiais para os interessados. Os brasileiros só souberam da fraude quando já estavam fora do país.
As oito pessoas --sendo uma criança com dois anos na época, acompanhada dos pais-- foram recebidas por duas mulheres e ganharam documentos falsos, de nacionalidade portuguesa.
A mãe e a criança voltaram para o Brasil 45 dias depois, mas os outros seis adultos ficaram na Inglaterra e acabaram sendo deportados.
As vítimas disseram à Justiça que trabalhavam em várias empresas por semana, moravam em locais sujos e tiveram que fugir da polícia.
A defesa alegou no processo que Gomes não recrutou trabalhadores, que fez a palestra para contar a experiência de trabalhar fora do Brasil e que não existem provas da participação dele na emissão de documentos ilegais.
Gomes foi condenado a cinco anos, dois meses e dois dias de prisão, e terá que pagar multa de R$ 1.350, além de restituir as despesas das vítimas, de R$ 30.850.
De acordo com o Ministério Público Federal, Gomes não foi localizado para ser informado da decisão e poderá recorrer em liberdade.
A reportagem não conseguiu falar com as vítimas nem com o defensor público que trabalhou no caso.
Gomes é réu em outro processo, por aliciamento de oito pessoas para a imigração. O caso ainda não foi julgado.
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