Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Internacional
Quinta - 10 de Fevereiro de 2011 às 07:59

    Imprimir


Milhares de trabalhadores entraram em greve nesta quarta-feira em todo o Egito, acrescentando uma nova dimensão para o levante com a raiva pública voltada para a vasta riqueza da família do presidente Hosni Mubarak acumulada enquanto cerca de metade do país lutava perto da linha de pobreza.
Os protestos que exigem a saída de Mubarak tem se espalhado desde a última terça-feira para fora da Praça Tahrir, no Cairo, epicentro das manifestações nas duas últimas semanas. Na quarta-feira, os manifestantes também se reuniram no Parlamento, no Gabinete e nos prédios do Ministério da Saúde, todos a poucos quarteirões da praça.

As greves eclodiram em uma gama de setores. Entre os grevistas estão funcionários do transporte, da eletricidade, técnicos de serviço no Canal de Suez, de fábricas têxteis, aço e bebidas e, pelo menos, um hospital.

Em um dos focos de agitação nesta quarta-feira, cerca de 8 mil manifestantes, principalmente agricultores, armaram barricadas de fogo em palmeiras, no sul da província de Assiut. Eles bloquearam a principal rodovia e ferrovia para o Cairo para se queixar da falta de pão. Eles expulsaram então o governador, atirando pedras em seu carro.

Ao menos quatro civis morreram nesta quarta-feira e outros 70 ficaram feridos --13 deles com gravidade-- em confrontos entre a polícia e manifestantes no sul do Egito, segundo uma fonte dos serviços de segurança

Centenas de moradores de favelas na cidade de Port Said incendiaram parte da sede do governador raivosos com a falta de moradias.

Trabalhadores foram motivados a fazer a greve quando souberam quantos bilhões a família Mubarak tinha, disse Kamal Abbas, um dos líderes dos trabalhadores. "Eles disseram: quanto tempo devemos ficar em silêncio?

RIQUEZA

Os egípcios foram enfurecidos por matérias de jornais que relataram que a família Mubarak lucrou bilhões e, talvez dezenas de bilhões de dólares. De acordo com o Banco Mundial, cerca de 40% do país de 80 milhões de pessoas vivem abaixo ou perto da linha de pobreza, sobrevivendo com cerca de US$ 2 por dia. O verdadeiro valor líquido da família não é conhecido.

Pela primeira vez, os manifestantes incitaram as greves de trabalhadores, apesar de um aviso do vice-presidente Omar Suleiman, que afirma ser a desobediência civil muito perigosa para a sociedade.

Suas advertências de terça-feira foram um golpe tomado pelos manifestantes como uma ameaça velada de impor a lei marcial --o que seria uma escalada dramática no impasse. Mas, em vez de recuar, eles prometeram mais enormes protestos na sexta-feira.
 






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/72552/visualizar/