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Economia
Quinta - 10 de Fevereiro de 2011 às 09:20

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Ao mesmo tempo em que anima produtores, a alta histórica no preço do algodão está gerando uma crise em polos têxteis do país e ameaça empresas centenárias.
A situação mais grave é em Brusque (SC), cidade tida como berço do setor no Estado.

Com dificuldade na compra da matéria-prima, a Schlösser, fundada em 1911, colocou 450 trabalhadores em licença remunerada e paralisou as atividades.

Outras indústrias, como a Buettner e a Renaux, planejam a redução de setores e parcelam o pagamento dos funcionários.

Nunca passamos por uma crise como essa, conta o diretor-presidente da Buettner, João Henrique Marchewsky. Segundo ele, há dificuldade em repassar os preços para o varejo.

O problema atinge outras regiões, como São Paulo, Ceará e Minas Gerais.

Em Americana (SP), um dos principais polos de tecido nacional, há ao menos 60 teares parados nas fábricas, segundo o sindicato local. As empresas reduziram seus turnos de trabalho de 20 para 16 horas.

O aumento dos preços do algodão começou em outubro de 2009 -época em que o mercado mundial começou a sinalizar a ausência de estoques do produto- e se tornou mais visível a partir de agosto passado.

Desde então, os recordes são praticamente diários, de acordo com o Cepea (Centro de Estudos em Economia Aplicada), da USP.

O valor médio de cerca de R$ 3,50 por quilo há um ano já se aproxima de R$ 8, maior patamar em décadas.

O motivo da alta são os estoques mundiais escassos, a queda na última safra brasileira e o aumento inesperado da demanda internacional.

O problema da falta de algodão deve ser resolvido na próxima safra. Com a alta nos preços, a expectativa é de aumento de 54% na produção em relação ao ano passado.

O aumento na safra, no entanto, não deve amenizar a ausência de estoques.
 






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