"Estou arrasada, desesperada, mas tenho que continuar sendo forte. Farei tudo que for necessário para encontrar Lívia e Alessia ou pelo menos descobrir a verdade a fundo", declarou Irina Lucidi à agência italiana Ansa.
"O tempo passa e a angústia aumenta, mas, apesar de tudo, não perco a esperança e ainda espero ver minhas filhas", acrescentou.
Na véspera, a Irina, de nacionalidade italiana, pediu à polícia que não desistisse de continuar procurando suas filhas, apesar da carta deixada por seu ex-marido.
Matthias Schepp, o pai das gêmeas, confessou tê-las matado, em uma carta datada em 3 de fevereiro e enviada à mãe das meninas, onde também anunciava que pretendia suicidar-se, conforme indicou nesta sexta-feira a polícia suíça.
A polícia descreveu Schepp como uma "pessoa desesperada".
O pai das gêmeas matou-se na noite de 3 de fevereiro, atirando-se na linha do trem na estação de Cerignola.
"Os investigadores da polícia suíça foram informados na terça-feira, 8 de fevereiro, que o pai das gêmeas enviou oito cartas de Bari à sua mulher, segundo os correios", declarou o porta-voz da polícia do cantão de Vaud, Jean-Christophe Sauterel.
Sete das cartas despachadas por ele também continham dinheiro, num total de 4,400 euros.
"O último envelope, com data de quinta-feira, 3 de fevereiro, continha uma carta na qual o pai declara ter matado as duas filhas e revelando que está em Cerignola, onde pretendia se matar", indicou Sauterel.
"Ele afirma na carta que as meninas não sofreram e descansam em paz", acrescentou o porta-voz.
As operações de busca das crianças já duram 13 dias.
"Provavelmente, as crianças estão na Córsega", estimou Sauterel, referindo-se a um dos últimos locais visitados por Schepp antes de morrer.
As buscas concentram-se na região noroeste da ilha francesa, onde o pai das meninas ficou hospedado.
As polícias da Suíça, França e Itália estão mobilizadas na macabra procura pelas irmãs, cujo desaparecimento foi denunciado depois que Matthias Schepp não retornou para a Suíça com as filhas em 30 de janeiro.
Ele se matou quatro dias depois. A atitude de desespero seria uma reação ao pedido de separação da mulher, Irina Lucidi, e à disputa pela guarda das filhas do casal.
Na quinta-feira, os investigadores revelaram que, após examinar o computador de Schepp, descobriram que ele havia consultado diversos sites sobre suicídio, envenenamento e armas de fogo.
Nenhuma arma foi encontrada em sua casa.
A família de Irina diz que Shcepp, de 43 anos, sofria de esquizofrenia.
O jornal suíço 24 Heures informou que ele estava recebendo tratamento psiquiátrico, mas não havia sinais de que representasse uma ameaça às filhas - ao contrário, era descrito como um pai amoroso e dedicado.
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