Brasil não vive situação de pleno emprego, diz presidente do IPEA

Apesar de queda nos índices de desemprego, fenômeno recente motivado pelo crescimento sustentado da economia, o Brasil não vive uma situação de pleno emprego. A conclusão é do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochman, que divulgou nesta quinta-feira (20), em Brasília, o Comunicado do IPEA número 76, documento que traça um diagnóstico do desemprego e desigualdade no Brasil metropolitano.

A pesquisa considerou a situação de desemprego em seis regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Recife). Segundo a pesquisa, o desemprego está caindo entre aqueles desempregados com menor renda e aumentando entre as pessoas sem ocupação com melhor renda.

De acordo com Pochman, embora o percentual de desocupados esteja caindo, o Brasil não tem um mercado de trabalho estruturado, pois a informalidade é muito grande. Ele afirmou ainda que para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é considerado desempregado quem tem atividade remunerada por pelo menos duas horas diárias.

“Estamos longe de viver uma situação de pleno emprego. O Brasil ainda necessita avançar nas políticas públicas voltadas à inserção no mercado de trabalho. Não fazemos uma boa investigação sobre as vagas que precisam ser ocupadas no futuro. O Brasil só contabiliza os empregos que foram ocupados. Mas é preciso olhar pra frente e reavaliar qual o impacto que as políticas públicas estão produzindo. Este documento servirá para nortear as iniciativas da administração pública federal”, concluiu.