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Nacional
Sexta - 04 de Outubro de 2013 às 15:26

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 Foram 20 anos de sofrimento nas mãos de seu ex-marido até a americana Natalie (nome fictício) criar coragem para pedir a separação e denunciar as agressões que sofria à polícia. Em desabafo emocionado ao R7, ela contou detalhes das agressões de “diversos tipos que sofreu” e as marcas que ficaram em seu corpo.
 
— Fui agredida de todas as maneiras possíveis, verbal e moralmente. Levei socos na cabeça, ele puxava meus cabelos, me empurrava, dava tapas e tentou me sufocar duas vezes. Acho que nestas duas vezes em que ele pegou o meu pescoço, achei que ele realmente iria ou queria me matar.
 
Com medo de enfrentar o marido e, por estar longe da família e dos amigos, ela revelou que se tornou completamente submissa. Segundo Natalie, quando ela não enfrentava seu ex de alguma forma, “tudo ficava bem”.
 
— Ele me isolava de tudo. Eu não podia dizer nada que desagradasse. Aqui não é a minha terra, sabe? Ele convenceu que eu era uma cachorra, me fazia pensar que minha vida era inútil. E me dizia: “Você tem que se matar para eu me livrar do problema”.
 
OMS calcula que 35% das mulheres já sofreram violência
 
Auxiliada por um programa dos Estados Unidos de proteção a mulheres que sofrem violência doméstica, ela voltou ao seu país em 2008, acompanhada dos quatro filhos. Porém, em 2011, Natalie novamente voltou ao Brasil, pois queria “lutar pela sua família”.
 
— Pensei que ele iria mudar. Ele tinha os momentos amorosos dele. Mas novamente tudo voltou. Perdi minha identidade. Então, busquei ajuda psicológica para lidar com o que estava acontecendo e a especialista me julgou. Ela dizia: “Como você voltou para tudo isso?”. Não me ajudou em nada. Sempre que posso eu digo “não julguem porque ninguém sabe o que está em volta de tudo isso”.
 
Projeto de fotógrafa quer ajudar mulheres a aceitar marcas do pós-parto
 
Busca por uma nova vida
 
Depois de descobrir uma traição e farta da maneira cruel como vivia, Natalie disse que resolveu buscar ajuda. Porém, levar o caso à polícia lhe custou a guarda de seus quatro filhos.
 
— Fui despejada da casa onde morava. Ele levou tudo embora, até as camas. Passei fome. Ele também prometeu tirar minhas crianças e assim fez. Há seis meses eu não vejo meus filhos.
 
Apesar de ter sido casada com um milionário, sem pensão, hoje ela trabalha vendendo bolos e como chefe de cozinha de um restaurante.
 
— Não vou embora porque quero ter meus filhos de volta. Estou lutando por isso.
 
Marcas no corpo e na alma
 
Natalie quer participar do programa lançado pela SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) nesta quarta-feira (2), em São Paulo, que promete agilizar a fila de cirurgia reparadora para mulheres vítimas de violência doméstica.
 
— As marcas de socos, elas aparecem na hora e depois desaparecem. Mas tenho um problema sério nas partes íntimas, mas não tenho dinheiro para fazer uma cirurgia. Não consigo me entregar a mais homem nenhum por causa disso. Além do mais, ficaram marcas fortes na minha alma.
 





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