Helicópteros brasileiros estão auxiliando na operação de resgate
O resgate de dois reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foi suspenso, neste domingo, pouco depois do início da missão que conta com a ajuda do Brasil.
Até a noite de domingo, o governo não havia explicado porque não foi possível libertar, como planejado, o major da polícia Guillermo Solórzano, de 34 anos, e o cabo do Exército Salin Sanmiguel, de 25.
No entanto, o policial Carlos Ocampo, que inicialmente não estava na lista dos reféns que a guerrilha libertaria, foi resgatado pela missão humanitária.
Ocampo, que era mantido em cativeiro desde dezembro, não deu declarações ao chegar no aeroporto de Ibagué, no departamento (Estado) de Tolima. Ele deve viajar ainda neste domingo à capital colombiana Bogotá, onde se reencontrará com a família.
Lamentavelmente a libertação (dos dois reféns) não foi possível quando o helicóptero chegou ao lugar das coordenadas (estabelecidas pelas Farc), afirmou a porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vernelha (CICV), Maria Rivera.
Em seu perfil no Twitter, a ex-senadora colombiana Piedad Córdoba disse que está pedindo autorização ao presidente colombiano Juan Manuel Santos para reiniciar a operação de resgate na segunda-feira, às 6h local (8hora de Brasília).
Córdoba é um das responsáveis pela mediação com as Farc.
Chuva
O mau tempo pode ter sido um dos fatores que impediu o resgate, de acordo com informações preliminares da imprensa local. A chuva prejudicou a missão de resgate em pelo menos duas oportunidades neste domingo.
Primeiro provocando o atraso na decolam do helicóptero brasileiro do aeroporto de Ibagué rumo à selva colombiana, que saiu com 1h30 depois do horário previsto, às 9h35 local (11h34 Brasília).
Durante o percurso, a aeronave teve de aterrissar em um povoado na selva, onde esperou durante duas horas, para poder dar continuidade à operação.
Informações sobre o resgate de Ocampo surgiram somente no sábado, horas antes do início da operação de resgate.
Com a libertação de Ocampo, sobe para quatro o número de reféns que as Farc prometeram colocar em liberdade de maneira incondicional.
Manipulação
Estas libertações ocorrem em meio a duras críticas do governo colombiano que coloca em dúvida outros resgates deste tipo, por considerá-los como uma estratégia midiática e propagandística das Farc para manipular a opinião pública, nacional e internacional.
Vamos permitir que as libertações se finalizem, mas depois vamos revisar bem a política de continuar permitindo estas libertações gota a gota e com essa farsa. Isso nem o país, nem o governo querem, afirmou o presidente colombiano Juan Manuel Santos em um ato público, neste fim de semana.
Com as libertações deste domingo, as Farc ainda mantêm em seu poder 15 reféns, considerados pelo grupo como prisioneiros de guerra por se tratarem de oficiais do Exército e da polícia.
De acordo com Córdoba, até junho todos os reféns que ainda estão em cativeiro serão libertados. No entanto, ainda não há um acordo público entre governo e guerrilha para viabilizar esses resgates.
Apesar das críticas do governo, grupos de familiares de reféns e de organizações de defesa dos direitos humanos colombianos, veem nessas libertações um caminho para uma abertura de um diálogo de paz que leve ao fim do conflito armado que já dura mais de seis décadas.
As Farc dizem estar dispostas a um diálogo político. O governo Santos, no entanto, diz que não haverá negociação se as Farc não abandonarem o sequestro, terrorismo e práticas de extorsão.
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