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Polícia
Segunda - 14 de Fevereiro de 2011 às 13:53

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O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, afirmou, nesta segunda-feira (14), que foram encontradas provas documentais de desvio de conduta de policiais durante um procedimento de busca e apreensão na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). A delegacia está fechada desde domingo (13) por determinação do próprio Turnowski.

Segundo ele, dois documentos originais que apuravam fraudes em licitações realizadas por uma prefeitura da Região dos Lagos e que contêm as assinaturas do então delegado da Draco, Cláudio Ferraz, e de um inspetor, foram arquivados. A suspeita é de recebimento de vantagens indevidas para arquivar a investigação. O chefe da Polícia Civil revelou as informações em uma entrevista ao RJTV, nesta segunda.

“No fim de semana, empresários fizeram uma denúncia de que na Draco existiriam problemas com a lei de licitação, envolvendo desvio de conduta de policiais”, afirmou Turnowski. “Então, para preservar a busca desses documentos, a Draco foi lacrada e, nesta segunda, foram encontrados dois documentos originais, com o mesmo número, e com a assinatura do delegado e do inspetor. Por isso, a denúncia passa a ter um valor muito maior”, acrescentou.

"Eu não tenho o que falar. Ele [Allan Turnowski] tem seus motivos pra fazer essa questão [lacrar a Draco]. Mas é claro que é um constrangimento", afirmou Cláudio Ferraz, ao deixar o prédio da unidade.

Quebra de sigilos telefônico e fiscal
O chefe da Polícia Civil disse que vai enviar um ofício ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para saber sobre todas as investigações que a Draco oficiou para prefeituras. “Vamos fazer uma devassa em todas essas investigações, chamando empresários, representantes das prefeituras e ouvindo policiais”, enfatizou Turnowski, que quer quebrar sigilos telefônico e fiscal dos suspeitos de envolvimento no esquema.

A Draco foi lacrada após denúncias de que agentes da unidade estariam envolvidos num esquema de cobrança de propinas de empresários investigados em licitações com suspeita de fraude.

"Eles estariam envolvidos em procedimentos ilícitos, arquivando inquéritos a pretexto de recebimento de vantagens", disse o corregedor. O delegado Cláudio Ferraz afirmou não estar surpreso com a notícia: "Soube disso pela imprensa há um mês".

Operação Guilhotina
A ação acontece dois dias depois da Operação Guilhotina, realizada na última sexta-feira (11) pela Polícia Federal, na qual 38 dos 45 mandados de prisão já foram cumpridos. Deste total, 30 presos são policiais militares ou civis, que ajudavam traficantes, milicianos e contraventores, com informações sobre as operações policiais, negociando material de apreensão e até dando proteção a criminosos. O chefe de Polícia Civil chegou a ser chamado para prestar esclarecimentos.

Há boatos de que Ferraz, que teria contribuído com a Operação Guilhotina, seria um dos nomes de confiança cotado para uma possível substituição de Turnowski. Segundo o corregedor, a partir desta semana, passa a valer uma medida do secretário José Mariano Beltrame determinando que a Draco fique diretamente subordinada à Secretaria de Segurança, e não mais à chefia de Polícia Civil.
 





Fonte: Do RJTV

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