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Polícia
Terça - 15 de Fevereiro de 2011 às 11:00
Por: Alexandre Alves

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O investigador lotado na delegacia de Polícia Civil de Alto Araguaia (415 km de Cuiabá), Adonildo José da Costa, o “Chuvisco”, de 54 anos, foi demitido do serviço público estadual depois de ser constatado, em Processo Administrativo Disciplinar, que ele foi condenado na Justiça por abuso sexual contra duas netas. A demissão foi publicada hoje, no Diário Oficial do Estado.

A comissão para apurar as denúncias foi instaurada em 2008. Na época dos abusos, em 2006, as irmãs tinham 11 e 13 anos. Elas relataram, em depoimento ao Ministério Público, que Chuvisco as molestava sexualmente. Disseram que, às vezes, o avô queria que bebessem remédio para dormir, mas não bebiam, pois sabiam que era para ele se aproveitar, e que ele não dizia que era remédio para dormir. As meninas colocavam as pílulas debaixo da língua e depois jogavam fora.

Elas confirmaram que Chuvisco ofertava dinheiro para as duas para “passar a mão”. Mostrava filmes pornográficos no celular, tentava tirar a roupas das meninas em casa e dentro do carro. Uma das depoentes disse que, certa vez, o avô chegou a tocar na vagina dela, além de pegar a mão da menor e levar sobre o pênis, por cima da calça.

A comissão que conduziu o processo administrativo contra o policial relatou ao governador que ele deveria ser demitido pela robustez das provas. Além disso, a juíza da 2ª Vara Criminal da Comarca de Alto Araguaia, Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, condenou Adonildo a 12 anos de reclusão e também deu ordem judicial para que o Estado demitisse o investigador do cargo. A sentença de prisão foi reformada no Tribunal de Justiça.

“A inteligência mediana não consegue supor que um agente estatal, policial civil, que é pago pelo Estado para reprimir crimes, pratique atos tão imorais e chocantes como os apurados nos autos. Além do delito de atentado violento ao pudor, atualmente considerado pela lei penal como estupro, receber tratamento penal severo, o mesmo foi cometido contra familiares do próprio acusado e em mais de uma ocasião; restou evidente que o acusado, com seus atos, danificou irremediavelmente a vida das crianças molestadas, havendo repercussão, inclusive, no rendimento escolar. Além disso, a pequena cidade de Alto Araguaia sentiu o fato de um Investigador de Polícia ser autor de tão repugnantes ilícitos; conforme já mencionado, não ocorreu simples ato pontual (que já seria condenável), mas sim uma conduta imoral ao longo do tempo e com alternância de vítimas”, diz o relatório da comissão processante.






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