A Polícia Federal prendeu 19 PMs de Goiás, suspeitos de integrar um grupo de extermínio. Os crimes teriam começado há 15 anos.
Os policiais federais cumpriram os mandados de prisão em Goiânia e em outras quatro cidades do estado. Entre os suspeitos, estão o tenente-coronel Ricardo Rocha, que já comandou o Batalhão de Operações Táticas de Goiás, e o coronel Carlos César Macário, que depois da prisão foi afastado do cargo de subcomandante da PM.
O grupo estava sendo investigado há um ano. Segundo a Polícia Federal, desde 1996, pelo menos 40 pessoas foram mortas depois de serem abordadas pelos policiais.
“Tinha suspeito, tinha criminoso padecendo na mão deles. Há casos de inocentes, que não tinham nada a ver com o crime e morreu também porque tinha que queimar o arquivo”, disse Carlos Antônio da Silva, superintendente da PF.
Os investigadores estão tentando identificar os locais onde os corpos teriam sido enterrados. Entre as prováveis vítimas do grupo de extermínio, estão os amigos Bruno Elvis, de 16 anos, e Adriano Souza, de 22 anos, desaparecidos em novembro do ano passado depois de uma abordagem do Batalhão de Choque de Goiás. Os dois tinham saído juntos para pagar uma conta.
Um parente de Bruno espera, agora, encontrar respostas para o crime. “Isso se torna uma luz no fim do túnel, uma esperança que se renova pra nós, que já estamos massacrados, machucados, arrebentados com essa situação”.
A Polícia Federal não divulgou o conteúdo dos depoimentos prestados até agora pelos suspeitos. O advogado do tenente-coronel Ricardo Rocha disse que o policial negou participação nos crimes de execução. O advogado do coronel Carlos César Macário não foi localizado para comentar as acusações.
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