Procurador critica PF por investigação sobre mensalão do DEM

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reclamou nesta quarta-feira da atuação da Polícia Federal nas investigações do mensalão do DEM. Segundo o procurador, o Ministério Público Federal ainda não ofereceu denúncia do escândalo à Justiça porque há atrasos em diligências da PF que "demoraram excessivamente".

Gurgel responsabilizou a PF e disse que ainda não há prazo para a conclusão dos trabalhos. "Tivemos realmente uma série de dificuldades com a Polícia Federal, atrasos de perícias e tudo mais, ainda há uma série de diligências pendentes, mas a gente espera conseguir resolver isso e ter condições realmente de apresentar a nossa conclusão", disse.

Outra reclamação foi em relação às perícias. "[Houve] Questão de acúmulo de trabalho do Instituto de Criminalística, mas que na verdade a gente entende que já passou do tempo. Evidentemente que já era para estar concluído."

O procurador disse que é preciso ser prudente antes de oferecer a denúncia para alcançar o "êxito que esperam".

"A demora é sempre muito inconveniente para qualquer investigação, mas nós também não podemos nos precipitar e oferecer uma denúncia se não temos o suporte necessário, porque aí sim comprometeríamos uma investigação e apuração de fatos que são extremamente graves."

Gurgel fez questão de dizer que está empenhado para oferecer a denúncia. "Mensalão do DEM, diferentemente do que dizem alguns, é uma preocupação do procurador-geral e continuamos empenhados, infelizmente com algumas dificuldades grandes, em oferecer a denúncia no menor prazo possível", disse.

Em novembro de 2009, a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora, que investigou um esquema de arrecadação e pagamento de propina que envolveu o ex-governador do DF José Roberto Arruda (sem partido), secretários de governo, deputados distritais e até integrantes do Ministério Público local.

Em meio às investigações, Arruda foi preso ainda no comando do DF e teve seu mandato cassado.