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Quarta - 16 de Fevereiro de 2011 às 15:50

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A perda financeira relativa a fraude de cartões e a pirataria de produtos no Brasil, segundo o especialista em fraudes contra clientes de bancos e comércio, Arnaldo Ferreira dos Santos, corresponde ao mesmo montante estimado no giro do narcotráfico brasileiro – cerca de R$ 400 milhões/ano. “A questão é de responsabilidade tanto dos bancos, quanto da polícia”, coloca Arnaldo, que é membro do Instituto Brasileiro de Criminalística.

 Na atualidade novo golpe promete somar mais cifrões para o mundo do crime e agora com o cartão de débito, que a maioria acredita que estabeleça uma operação inviolável ou incorruptível. “O consumidor entrega o cartão para efetuar o pagamento. O atendente passa o cartão na maquineta e, tapando com a mão o visor, pede que a pessoa digite a senha. Na verdade, este atendente integra a quadrilha de criminosos. E o campo que ele disponibiliza para o dono do cartão digitar a senha é, na verdade, o do valor do consumo, em que os números ficam visíveis”, explica o presidente da Federação das CDLs de Mato Grosso, José Alberto Vieira de Aguiar.

José Alberto conclui que depois que o consumidor digita a senha, o atendente leva a maquineta para o balcão e anota os números digitados. O técnico Ferreira completa que após esta ação, ele volta até o cliente e diz que não foi possível a conexão completa e refaz, desta vez corretamente, toda a operação. “Mas aí ele já detém a senha do consumidor, que ele usará criminosamente”, informa Arnaldo, apontando ainda que a Ciello, marca de maior mercado em operações de cartões no Brasil, já está trabalhando a exigência de mais um acionamento numérico por parte do titular do cartão para evitar fraudes como esta.

O presidente da FCDL declara que do caso que se tem conhecimento, o golpe foi aplicado em operação em posto de gasolina. “Mas, é preciso que os cidadãos estejam atentos e sempre de olho na transação com seus cartões, cuidando para que seja feita sob suas vistas e conferindo todos os dados. Os golpistas podem estar em qualquer estabelecimento ou mesmo como espião dentro dos computadores, por meio de vírus. Portanto, atenção!”.

O dirigente lojista lembra ainda que Cuiabá, e todo o Mato Grosso, já é vitrine de roteiro turístico no mundo. “Portanto, lojistas, empresas em geral, precisam ter bastante cuidado com estes acontecimentos. E, de outro lado, se preparem para o aumento de movimento de cartões estranhos, do mundo todo, que também podem vir já como parte de golpes e más intenções”.

Mais golpes – Ferreira esclarece que um segundo golpe ocorrente com cartões é o do falso funcionário de operadoras. Ele chega com crachá, documentos e todo o aparato referente a alguma marca de cartão, oferecendo revisão ou uma nova tecnologia a estabelecimentos comerciais, de serviços e outros que praticam operações nesta modalidade de pagamento. Troca a máquina da empresa por uma que ele leva já com o sistema criminoso.

“Trata-se de um chip, um chupa cabra, que gravará cerca de 100 posições de cartões”, aponta ele. “Em uma semana os criminosos voltam aos estabelecimentos, dizendo que o teste foi concluso ou que a tecnologia não foi aprovada, devolve a máquina anterior e leva a que tem gravadas as 100 posições de cartões, por meio das quais serão aplicados os golpes nos tantos consumidores e bancos”.

Arnaldo coloca que ao serem visitados por supostos funcionários das operadoras, além de conferirem credenciais (que podem ser falsificadas), que telefonem na operadora responsável e confirmem o serviço apresentado.

Conhecimento - Ele explica que é preciso que o cidadão tenha consciência de como acontecem os golpes, quais riscos correm e o quanto estes significam na atualidade. “Mas, é cômodo para os bancos e operadoras não divulgarem, pois vendem credibilidade e segurança”, responde Ferreira, completando que as instituições financeiras ainda fazem a conta de que é mais barato investir em tecnologia de atendimento eletrônico – mesmo com todos os ressarcimentos por fraudes e roubos – do que em atendimento humano aos clientes. Sobre o papel da polícia, o especialista coloca que é crime e, portanto, requer esta atenção, que não vem sendo devida. “A polícia não tem buscado a fórmula efetiva de solução e vê a situação como sendo de responsabilidade dos bancos”.

José Alberto informa que a CDL Cuiabá promove anualmente cursos sobre fraudes e golpes, visando alertar aos lojistas e instituições financeiras sobre novas e antigas estratégias criminosas. “Precisamos no unir – cidadãos, comércio, bancos e cooperativas, para evitar tantos prejuízos”.
 





Fonte: A Gazeta

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