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Economia
Quarta - 16 de Fevereiro de 2011 às 19:39

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A oposição e as centrais sindicais já acreditam no favoritismo do governo na aprovação do projeto que eleva o salário mínimo a R$ 545 neste ano. Mas a pressão por um valor maior, de R$ 560 ou R$ 600, ainda está presente na Câmara dos Deputados em discursos e manifestações de sindicalistas.
Nas galerias, sindicatos vaiam os discursos dos deputados governistas na sessão de votação desta quarta-feira que teve início por volta de 14h e não tem hora para acabar. Não pouparam nem o ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP). Relator do projeto do governo, ele defendeu o valor de R$ 545.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), chegou a pedir que o público se controlasse. Presidente da Força Sindical e um dos mais críticos do valor proposto pela presidente Dilma Rousseff, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), entregava os pontos. "É muito difícil (vencer). Acho que não vai dar. Devemos ter entre 150 e 180 votos", afirmou o deputado, referindo-se a sua proposta de R$ 560. São necessários 257 votos para obter a vitória.

O líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), acusou o governo de mobilizar ministros, governadores de partidos da base aliada e os líderes para "pressionar e chantagear" os parlamentares. "Eu acho que o governo vence. Já tem uma base enorme e ainda está usando de pressão para evitar qualquer vazamento", disse Duarte.
Um deputado do Democratas, que não quis ter seu nome revelado, disse que "é claro que nós vamos perder. O governo é favorito, tem uma base muito maior. Se chegarmos a 180 votos já está de bom tamanho".
Inicialmente, as centrais sindicais reivindicavam um aumento do mínimo de R$ 510 do ano passado para R$ 580 em 2011, mas após as negativas do governo, baixaram o valor. Paulinho distribuía no plenário nesta tarde panfletos em forma de uma moeda de R$ 0,50, a diferença diária entre os R$ 545 e os R$ 560.
O PDT, partido da base aliada, decidiu nesta quarta liberar seus deputados para votarem no valor do salário mínimo que considerarem melhor. O partido não aceitou a pressão do Executivo e do seu presidente licenciado, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para votar nos R$ 545 propostos pelo governo.
Na avaliação do governo, que diz contar com apoio do PTB, do PP, do PCdoB, do PSB, do PR, do PMDB e do PT, a proposta será aprovada. O otimismo contagiava o deputado Paulo Teixeira, líder do PT, que contabilizava 330 votos a favor da proposta oficial. "Sentimos que vamos ter coesão para ganhar", disse Teixeira, ironizando o "viés sindical" do conservador Democratas, sigla que defende R$ 560.
 





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