Líbia deve permitir protestos, diz Anistia Internacional
A Anistia Internacional pediu nesta quarta-feira ao governo líbio o fim da repressão às manifestações no país norte-africano após a confirmação de ao menos duas mortes e 40 feridos em manifestações.
As autoridades líbias devem permitir os protestos pacíficos, sem reprimi-los com mão dura, disse a organização humanitária em comunicado transmitido de sua sede, em Londres.
Os líbios têm os mesmos direitos que os egípcios e os tunisianos para expressar descontentamento e pedir reformas em seu país. É hora de o governo líbio reconhecer isto e respeitar, acrescentou o texto.
Na madrugada desta quarta-feira, 40 pessoas ficaram feridas em confrontos ocorridos em Benghazi, a segunda cidade do país, a mil quilômetros a leste de Trípoli, na véspera do chamado "Dia da Ira", convocado por internautas.
REPRESSÃO
Após a derrubada das ditaduras na Tunísia e no Egito, a onda de revoltas se espalhou por diversos países árabes, como Bahrein, Iêmen e Iraque, além do Irã --nação que embora não pertença ao grupo árabe também sofreu reflexos da crise na região.
Mais cedo, autoridades líbias confirmaram dois mortos e 40 feridos. No Egito, o governo indicou que 365 morreram e 5.500 ficaram feridos durante os 18 dias de protestos no país.
Solidificando a crise na região, nesta quarta-feira as manifestações atingiram também a Líbia, país sob o governo ditatorial de Muammar Gaddafi, no poder há 42 anos.
Os manifestantes cantavam Muammar é o inimigo de Deus e Abaixo, abaixo à corrupção e ao corrupto. Armados, policiais e partidários do governo rapidamente cercaram os manifestantes e atiraram balas de borracha, segundo Ashur Shamis, um ativista líbio de oposição em Londres.
Os protestos de terça e quarta aparentemente foram provocados pela falha das conversas entre o governo e um comitê representando famílias de centenas de prisioneiros mortos quando forças de segurança abriram fogo durante protestos, em 1996, em Abu Salim, a mais importante prisão da Líbia.
O governo começou a pagar compensações às famílias, mas o comitê pede o julgamento dos responsáveis.
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