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Política
Sexta - 18 de Fevereiro de 2011 às 08:29
Por: Marcos Lemos e Sônia Fiori

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Silval Barbosa reuniu auxiliares e cobrou respostas rápidas sobre andamento das obras para a Copa
Silval Barbosa reuniu auxiliares e cobrou respostas rápidas sobre andamento das obras para a Copa
O governo do Estado reconheceu por nota oficial que Mato Grosso, mais precisamente Cuiabá e Várzea Grande, realmente ficaram de fora do "PAC Mobilidade Grandes Cidades", lançado na quarta, 16, em solenidade no Palácio do Planalto pela presidente Dilma Rousseff (PT) e que contempla 24 cidades brasileiras - 11 são cidades-sede da Copa de 2014 - com população maior que 700 mil a mais de 3 milhões de habitantes de regiões metropolitanas. A alegação é de que Mato Grosso se antecipou ao lançamento do programa assinando a contratação das obras no ano passado.

A nota assinada também pela Agência da Copa do Mundo (Agecopa) assegura como definidos desde 2010 no "PAC da Copa", ou seja, outra modalidade de financiamento público e privado, onde foram contratados empréstimos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o valor de R$ 393 milhões para a construção e reforma da Arena Esportiva (estádio); R$ 454,7 milhões para mobilidade urbana, emprestados junto à Caixa Econômica Federal. Mais recentemente, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, autorizou o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) a licitar a duplicação do entroncamento das BRs 163/364 e 070 no trecho Rondonópolis até Posto Gil, que corta principalmente os municípios de Cuiabá e Várzea Grande, entre outras cidades da região Sul de Mato Grosso.

Ocorre que, ainda em fevereiro de 2010, quando da visita da então ministra da Casa Civil, hoje presidente da República, Dilma Rousseff, ficaram consignados pedidos junto ao Ministério das Cidades de novos convênios da ordem de R$ 250 milhões para as obras complementares, ou seja, de ligação dos bairros às novas vias de acesso rápido a serem construídas dentro da mobilidade urbana já assegurada. Esses valores é que acabaram sendo prejudicados com a saída de Cuiabá do "PAC Mobilidade Grandes Cidades", que prevê recursos de R$ 280 milhões para municípios com mais de 700 mil até 1 milhão de habitantes.

Algumas obras previstas nestes recursos que não foram viabilizadas são a duplicação da Avenida Dante de Oliveira, Avenida Carumbé, Avenida Antártica, entre outras de acesso e de ligação de grandes bairros às principais vias rápidas nos entroncamentos do Aeroporto Marechal Rondon até o Grande CPA e do Coxipó da Ponte até o Santa Rosa, além da Miguel Sutil. Os recursos extras que só atenderão aos grandes municípios dentro da mobilidade urbana, do qual Cuiabá foi excluída, é que terão que ser garantidos pelo governo do Estado com obras complementares.

Ontem à noite no Palácio Paiaguás, o governador Silval Barbosa reuniu auxiliares e cobrou respostas rápidas para o imbróglio que se tornou a questão das obras da Copa do Mundo de 2014 e o que preferiu chamar de "confusão veiculada na mídia" deverá motivar uma campanha publicitária de esclarecimentos à população.

Reação - A exclusão de Cuiabá do PAC Mobilidade Grandes Cidades caiu como um balde de água fria nas articulações políticas de Mato Grosso junto ao governo federal - e coloca à prova a força do Estado e das bancadas para reverter o quadro - sob pena de a Capital mato-grossense sofrer arranhões irreversíveis. Ontem, durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, o presidente do poder, deputado José Riva (PP), alertou os líderes políticos para a gravidade do tema - que coloca a Capital em posição delicada para se consolidar como cidade-sede da Copa de 2014. Para o progressista, Mato Grosso pode ter sido alvo de uma armadilha política.

O parlamentar disse que o governador Silval Barbosa (PMDB) e o corpo político do Estado devem se unir para um embate urgente. A meta é conquistar a sensibilidade de Dilma para revisão dos critérios - na expectativa de assegurar à Capital a participação no bolo de recursos. Ele sugeriu a formação de uma aliança com a união das siglas governistas e da oposição para retomar o terreno perdido. "Se nós não conseguirmos reverter isso, a classe política será olhada com desconfiança", frisou.

500 mil - Parlamentar progressista lembrou que os critérios anteriores do PAC Mobilidade faziam referência a 500 mil habitantes e não a 700 mil como foi desenhado o programa que tirou a Capital de cena de projetos grandiosos com aporte total. "Acho sim que o Estado e Cuiabá podem ter sido alvo de uma articulação política", disse, preferindo não apontar os autores da suposta manobra. Entretanto, informações sugerem que a presidente Dilma teria ficado um pouco insatisfeita com o resultado das eleições de 2010 em Mato Grosso. No Estado, o tucano José Serra, derrotado nas urnas na disputa à presidência, se sobressaiu sobre a petista, assegurando a margem de 44,16% dos votos válidos. Porém, Dilma também perdeu em Mato Grosso do Sul, onde o tucano contabilizou 42,35% nas urnas. No Estado vizinho, o governador André Puccinelli (PMDB) nunca escondeu a insatisfação com o resultado proferido pela Fifa - que confirmou Cuiabá no grupo de municípios integrantes do Mundial. Vale ressaltar que o peso político de líderes no período, como o então governador e hoje senador eleito, Blairo Maggi (PR), colaboraram para os trabalhos que asseguraram à Capital posição de destaque - tirando da arquirrival Campo Grande a chance de participar do processo como sede da Copa.

Tranquilidade - Coordenador da bancada federal, o deputado Wellington Fagundes (PR) buscou atenuar o impacto da retirada de Cuiabá do PAC Mobilidade para Grandes Cidades, do governo federal. O republicano assegura que, ao contrário das interpretações negativas, o Estado e a Capital estão na frente dos municípios escolhidos para sediar a Copa de 2014. Explicação: Mato Grosso conseguiu, segundo ele, elaborar e aprovar de forma rápida projetos que garantiram aporte de aproximadamente R$ 1,2 bilhão - já alocado e prestes a ser liberado.

O parlamentar enfatizou que no leque de recursos destinados à Copa, o programa de mobilidade urbana engloba dois pontos específicos. O primeiro está relacionado a obras de travessia urbana, num projeto que conta com participação do Executivo estadual e do governo federal, já aprovado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) - com montante de R$ 384 milhões. O segundo item está, destacou o deputado, ligado ao Ministério das Cidades para execução do BRT (Bus Rapid Transit - ou Trânsito Rápido de Ônibus na língua portuguesa). É um corredor viário que através do sistema BRT pretende viabilizar a ligação do transporte entre Cuiabá e Várzea Grande. O projeto, via Agecopa, teria garantido aporte de R$ 350 milhões. "Por isso asseguro que as obras de mobilidade urbana não serão prejudicadas", reafirmou. Ele acrescentou ainda que existe possibilidade de obtenção de mais recursos por meio de projetos ligados ao Ministério dos Transportes e também no Ministério das Cidades.
 





Fonte: A Gazeta

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