Para ministro, superpassaporte não traz grande benefício adicional
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, minimizou as vantagens do uso de passaportes diplomáticos.
Em entrevista nesta sexta-feira (18) ao programa "Bom Dia, Ministro", ele afirmou que as pessoas que viajam com passaporte comum terão "toda a deferência e proteção necessária".
"O passaporte diplomático não traz grande benefício adicional [em relação] ao passaporte comum. Quero dizer a todas as pessoas que viajam com o passaporte comum que ele já é muito respeitado no exterior", afirmou Patriota ao programa de rádio.
O ministro disse, ainda, que é a favor de maior transparência e de que não haja abuso na concessão dos passaportes diplomáticos.
Ele lembrou que houve uma mudança nas regras de concessão e que, a partir de agora, os nomes dos beneficiados serão publicados no site do ministério, junto com a justificativa para a emissão e o tempo de validade do documento.
Com as novas regras, Patriota acredita que o número de passaportes para quem não é diplomata irá diminuir.
O ministro esquivou-se, porém, do questionamento sobre a lista com os nomes de todos os beneficiados que não pertencem à diplomacia. "Estamos examinando a melhor forma de atender a esses pedidos dos nomes", afirmou.
BENEFICIADOS
Entre 2006 e 2010, conforme a Folha revelou nesta semana, o Itamaraty emitiu 328 passaportes diplomáticos em caráter excepcional ou por "interesse do país", ou seja para pessoas que não são funcionários do ministério.
A lista de contemplados inclui parentes de Lula, além de ex-vice-presidentes, ex-governadores, vice-governadores, 11 prefeitos de "grandes capitais", presidentes de partidos, ministros aposentados de tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União, líderes religiosos, diretores e secretários-gerais do Congresso Nacional.
Comentários