Retrato falado ajuda identicar suspeitos de estupro
O retrato falado tem sido uma forma eficaz de obter informações de autores de crimes. De cinco retratos confeccionados no ano de 2010, pelo crime de estupro, em quatro o suspeito foi identificado e preso pela Polícia Judiciária Civil. Ao todo foram confeccionados 20 retratos falados com as características de criminosos. O trabalho é feito pelo investigador Auri Vieira Nascimento, da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP).
O estupro de uma mulher ocorrido no dia 4 de fevereiro de 2011, às 6 horas da manhã, no parque Massairo Okamura, na Morada do Ouro, em Cuiabá, foi o primeiro caso de retrato confeccionado este ano. O inquérito policial foi aberto pela delegada Alexandra Campos Mensch Fachone, da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá, que acredita receber informações do suspeito com a divulgação do retrato.
A vítima prestou depoimento no dia 8 de fevereiro e com base nas informações declaradas das características físicas foi confeccionado o retrato do suspeito. De acordo com a vítima, o estuprador aparentava estar sob efeito de substância entorpecente, agressivo e descontrolado. O suspeito é moreno escuro, com idade entre 20 e 25 anos, altura de 1.70 e 1.75 metros, magro, cerca de 68 quilos, olhos escuros arregalados, vestia bermuda e camiseta marrom com capuz sobre a cabeça.
O investigador Auri Vieira Nascimento, disse que a ferramenta tem sido bastante otimizada pelas Delegacias de Defesa da Mulher, de Cuiabá, Várzea Grande e interior e no esclarecimento de homicídios pela a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). Segundo o policial, são as duas maiores demandas.
As unidades especializadas de Defesa da Mulher utilizam bastante o recurso para os crimes de estupros de crianças, adolescentes e mulheres adultas. Sempre que há casos em que o autor é uma pessoa desconhecida, as delegadas recorrem ao retrato falado para esclarecer a autoria, seja como recurso da investigação para localizar o suspeito ou na divulgação para denúncias da população. “As pessoas ligam e passam informações que são averiguadas pelos policiais”, disse a delegada Alexandra Campos Mensch Fachone.
Um dos retratos elaborados pelo investigador Auri Vieira ajudou o serviço de inteligência a identificar um jovem de 17 anos, acusado de três estupros confirmados na capital. As vítimas, todas jovens e bonitas, foram atacadas num intervalo de 10 dias. Algumas em plena luz do dia, em via pública quando transitavam por ruas ou se dirigiam até o veículo. O primeiro caso foi registrado na Delegacia da Mulher, no dia 13 de outubro de 2010.
Em Várzea Grande, a Delegacia de Defesa da Mulher de Várzea Grande prendeu vários suspeitos, depois que o retrato falado foi divulgado. Um deles é Edivaldo Pereira da Silva, 26, acusado de estuprar uma adolescente em 2008. Edivaldo Pereira, também conhecido por “Limboso”, foi preso em 11 de janeiro deste ano, pelo estupro de uma menor de 15, cometido no dia 29 de junho de 2008, na região de Bom Sucesso.
Com base em informações e descrições físicas repassadas pela menor foi elaborado um retrato falado do suspeito, amplamente divulgado na época. Porém, o suspeito estava desaparecido até que retornou à comunidade no começo de janeiro e foi denunciado no serviço 197. A vítima foi chamada novamente à unidade policial e fez o reconhecimento formal do acusado.
A delegada Juliana Palhares disse que o retrato falado e fotografia original do suspeito eram muito próximas uma da outra e não deixaram nenhuma dúvida na vítima, que afirmou se tratar do seu agressor. De acordo com Palhares, depois do estupro o suspeito fugiu para a cidade de Poconé e retornou recentemente a morar em Bom Sucesso.
O acusado já foi denunciado pelo Ministério Público. “Foi um trabalho rápido em total harmonia com o Ministério Público e o Judiciário”, disse a delegada. A delegada Juliana Chiquito Palhares defende a utilização do recurso por ser uma das formas de visualizar o possível rosto do agressor.
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