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Política
Sexta - 18 de Fevereiro de 2011 às 15:58

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira que o Brasil vai insistir junto aos países do G20 - o grupo dos 20 países mais ricos do mundo - para que o real seja uma das moedas adotadas nas transações comerciais internacionais. Na opinião do ministro, a moeda brasileira já tem representatividade o suficiente no cenário mundial graças ao comércio de derivativos, junto ao euro e ao dólar.

 

 

 

"O real hoje é uma moeda que já representa uma boa parte do mercado de derivativos, mais do que o iene (do Japão). Depois do euro e do dólar, o real tem representatividade, então que a gente introduzisse novas moedas a partir de critérios de importância das moedas no comércio internacional de finanças, de modo a criar uma alternativa para o dólar", afirmou o ministro em coletiva de imprensa em Paris, logo após deixar uma reunião com os países emergentes.

 

 

 

"Nós estamos de acordo sobre a necessidade de construção de um novo sistema monetário internacional. O atual não responde mais às necessidades dos países", disse Mantega. Para o brasileiro, o sistema atual, adotado há mais de 60 anos e baseado no câmbio fixo e apenas no dólar, não responde mais às necessidades comerciais de hoje.

 

 

 

"Queremos a transição para um sistema baseado no câmbio flutuante e com um sistema multipolar de moedas, onde a importância das transições internacionais com as outras moedas seja reconhecida", afirmou Mantega. O ministro defende que a mudança seja efetivada porque que hoje dois países, a China e a Alemanha, já ultrapassaram os Estados Unidos em comércio mundial.

 

 

 

"O dólar continuou, mas ele hoje representa 25%, 30% das transações", sustenta. "É claro que os Estados Unidos sempre serão um país importante, mas você tira das costas do dólar o peso de você ser a única moeda internacional, que atrapalha os Estados Unidos na hora em que ele tem que fazer política monetária para dentro."

 

 

 

Para realizar a transição dos modelos, Mantega propõe que inicialmente os direitos especiais de saque do Fundo Monetário Internacional (FMI) sejam ampliados, depois de algumas modificações como o aumento dos volumes disponíveis e a criação de um banco internacional emissor, que poderia ser o próprio fundo. Além disso, a ampliação da conversibilidade, hoje limitada em quatro moedas, seria o ponto principal. "Nós sugerimos que novas moedas sejam colocadas, certamente a moeda chinesa, certamente o real."

 

 

 

As principais reuniões do G20 ministerial acontecem no sábado, na capital francesa. O Brasil e os demais emergentes do Bric - Rússia, Índia, China e, agora, África do Sul - são contrários aos países ricos nos principais pontos que estarão em discussão, em especial no livre acúmulo de reservas e o controle fluxo de capitais. A acumulação excessiva de reservas é vista como um fator de desequilíbrio da economia mundial, na opinião dos franceses, mas os emergentes defendem o direito de manter essa ferramenta como uma forma de administração macroeconômica.

 

 

 

Já o controle de fluxos de capitais é visto como uma medida protecionista, mas da qual o Bric não abre mão. Em relação aos critérios de indicadores de desequilíbrio econômico, Mantega considera que eles são importantes, mas que a discussão sobre quais indicadores serão considerados ainda está longe de chegar a um consenso.

 

 

 

"Achamos que podemos construir indicadores, sim. Mas primeiro temos que saber quais são os indicadores que, de fato, causam o desequilíbrio", disse. Para ele, os indicadores fiscais são alvo de consenso, mas os comerciais ainda apresentam divergências. Mantega é contrário à adoção da conta corrente como um indicador: ele prefere que opte pelas contas de bens e serviços, para que as aplicações financeiras no exterior não sejam consideradas.





Fonte: Terra

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