Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Economia
Sexta - 18 de Fevereiro de 2011 às 23:26

    Imprimir


Candidato do Brasil à coordenação-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), José Graziano, saiu nesta sexta-feira em defesa da França, criticada pelo Brasil por propor a criação de regulações no mercado internacional de commodities. Ele indicou que a proposta, ainda em construção na sua opinião, vem sendo mal compreendida.

"A França garantiu que não tem proposta, tem ideias em construção. Regulação não é botar preço, é procurar hedge (proteção) da volatilidade que está acentuada acentuada", afirmou Graziano, destacando que a proposta pode não ser ruim para o Brasil.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, propôs como um dos temas do G20, que começou nesta sexta-feira em Paris, mecanismos de regulação nos mercados financeiros primários de commodities. A proposta foi interpretada como uma tentativa de regular os preços das mercadorias agrícolas, uma vez que a principal motivação do presidente deve ser a inflação gerada na Europa pela alta das cotações de produtos agrícolas.

Como representante de um dos maiores países produtores de agrícolas do mundo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi ao G20 munido de argumentos para derrubar a proposta da França. Para o Brasil, a regulação de preços ou estoques poderia trazer prejuízos aos produtores. E a redução de preços pode causar queda maior do saldo positivo da balança comercial.

Graziano disse hoje que não ouviu os argumentos de Mantega contra a proposta francesa, mas se manteve firme no argumento de que os demais países deveria discutir regras neste mercado.

"Tenho insistido que precisa de regra. As pessoas confundem essa regulação com controle de preços. Existem estoques reguladores que no fim ficam nas mãos dos países grandes e têm que estar nas mãos dos países pobres que têm que comprar na alta [dos preços]", argumentou Graziano.

A posição de Graziano de defender que os países discutam as ideias da França e buscar um consenso sobre regras do mercado de commodities pode ser parte de uma estratégia de sua candidatura à coordenação da FAO.

Ele disse hoje que conta com o voto dos países da América do Sul e toda a comunidade de língua portuguesa na campanha. E indicou que a atenção dada pelo presidente Lula aos países africanos, com a abertura de novas embaixadas no continente, pode trazer o apoio também da região que não terá candidato à FAO.
 






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/71911/visualizar/